Anselmo Brombal – Jornalista
Na terça-feira, dia 30, manifestantes bloquearam uma pista da Rodovia dos Bandeirantes durante três horas. Eram “indígenas”, protestando contra um projeto de lei que demarca suas terras. Nem é preciso descrever o furdúncio que virou a Bandeirantes. A manifestação só terminou quando a Polícia resolveu acabar com a farra e jogar bombas.
Índios têm seus direitos, reconheça-se. Estavam aqui antes da chegada dos colonizadores europeus. Mas por que eles querem tanta terra? Poucos plantam, poucos caçam. Nossos índios andam em modernas camionetes, têm seus negócios com garimpeiros e madeireiros. Negócios ilegais. E em algumas regiões da Amazônia cobram pedágio de quem entra em suas áreas.
Índio com arco e flecha só quando turista está lá para tirar fotografia. Pela quantidade de gente mostrada na televisão, dá para duvidar que só tinha índio. Sempre há os que pegam carona em manifestações. Um desses “indígenas”, loiro como um viking, afirmou numa entrevista que nós, os brancos, temos uma dívida para com eles.
Eu não tenho dívida com índios. Quando minha família chegou da Itália, no século 19, a bagunça já estava feita. Não tenho nada a ver com isso. Índios que se entendam com os portugueses, que aqui chegaram em 1500 distribuindo apitos e espelhos. E exploraram quem estava aqui. Nessa época, 1500, meus ancestrais estavam na Itália. E quem sabe, vendo alguma briga entre os Montequios e os Capuletos, narrada por Shakeaspeare.
Índios não gostam de trabalhar. Isso faz parte da cultura deles. É um costume que atravessa séculos. ìndios de verdade caçam para se alimentar e plantam uma ou outra coisa. Quem pega no pesado são as índias.
Voltemos à manifestação. Todos nós temos o direito de protestar, de nos manifestar. Mas não temos o direito de impedir que milhares de pessoas cheguem ao trabalho por conta de nossas ideias. E foi o caso da manifestação da terça-feira. Muita gente não conseguiu chegar à Capital. Não foi meu caso. Pago para não ir a São Paulo. Mas se eles têm esse direito, nós também temos os nossos. É uma questão de coerência e respeito.
Quanto às terras para índios, nada contra. Desde que produzam alguma coisa além do ócio.