sábado, 23 novembro, 2024
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Com tratamento adequado, é possível conviver com o diabetes

O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, conforme dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) levantados em 2021. Perde apenas para a China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Vivem, no país, 16,8 milhões de pessoas acometidas pela doença, com idade entre 20 e 79 anos. Entre crianças e adolescentes com menos de 20 anos, 1,1 milhão apresentam diabetes tipo 1. Ao redor do mundo, uma pessoa morre com diabetes a cada 5 minutos.
Apesar de índices alarmantes, a doença pode e deve ser tratada, a fim de evitar maiores complicações e, segundo a médica endocrinologista pediátrica Mariana Zorrón Mei Hsia Pu, é possível conviver de forma saudável mesmo com o diagnóstico positivo.
Os tipos mais comuns de diabetes são o 1 e o 2. “Trata-se de uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O tipo 1 acomete, principalmente, crianças e adolescentes e o tratamento é feito por meio da injeção de insulina”, descreve.
Segundo a especialista, o tipo 2 está mais presente na população adulta com hábitos de vida inadequados, tais como sedentarismo. Porém, alerta: com o aumento mundial da obesidade, é crescente o número de crianças desenvolvendo a patologia. “Nesse tipo, o organismo não consegue utilizar de forma adequada a insulina que produz”, resume.
O diabetes é diagnosticado por meio de exames laboratoriais e pessoas com um histórico familiar devem redobrar a atenção: manter o peso dentro do IMC adequado; não fumar; controlar a pressão arterial; evitar medicamentos que possam agredir o pâncreas; e exercitar-se.
Pacientes com diagnóstico confirmado precisam tomar cuidados, como observar sempre os pés para verificar se não há lesões; manter a alimentação saudável; usar corretamente os medicamentos prescritos para o tratamento; praticar atividades físicas; e controlar frequentemente a glicemia conforme orientações médicas.

Outras formas
Além do diabetes tipo 1 e tipo 2 existem outras formas menos comuns da doença, como: gestacional, secundário a doença pancreática, neonatal e alguns outros. Mas, em todos, observa-se um aumento da glicose (açúcar) no sangue.
“O diabetes requer um tratamento rigoroso, que envolve, principalmente, dieta alimentar equilibrada e atividade física para manter a doença sob controle. Além disso, a orientação nutricional e acompanhamento psicológico também podem ajudar muito”, adiciona Mariana.
Caso não tratada, a enfermidade pode gerar diversas complicações interferindo intensamente na qualidade de vida. Dentre as complicações, a médica descreve alguns:
Retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho e podem causar pequenos sangramentos, provocando perda da visão;
Nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins, tendo como consequência a perda de proteína na urina e até sua paralisação total;
Neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores; desequilíbrio; perda de força muscular; impotência etc.
Pé diabético: úlcera nos pés devido à circulação sanguínea deficiente, o que pode levar, inclusive, à amputação;
Infecções: o excesso de glicose pode prejudicar o funcionamento do sistema imunológico, aumentando o risco de infecções;
Infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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