O período de férias escolares se aproxima e, com isso, muitas famílias planejam viajar para o interior, áreas de montanhas e cercadas por matas, onde geralmente vivem animais. Porém, com o surto recente de febre maculosa em algumas regiões do estado de São Paulo, a preocupação tem que ser redobrada. A médica infectologista do Vera Cruz Hospital, Vera Rufeisen, recomenda uso de roupas adequadas, uma boa inspeção visual de tempos em tempos, caminhar por áreas pavimentadas e outros cuidados.
Para ser contaminado pela febre maculosa, conforme informações do Ministério da Saúde, é preciso que o carrapato-estrela esteja infectado por uma bactéria (Rickettsia rickettsii) e permaneça fixado ao corpo por um período de pelo menos quatro horas. Com essa informação, já é possível se programar e, a cada duas horas, por exemplo, observar de forma detalhada todas as partes do corpo, principalmente dobras dos joelhos, braços, pescoço, barriga, virilha, axilas e costas. “O carrapato pode ser difícil de ser identificado, muitas vezes confundido com uma pinta na pele”, alerta a especialista.
O carrapato-estrela vive em animas como bois, cavalos, capivaras e outros do gênero. São espécies hematófagas, ou seja, se alimentam de sangue para sobreviver. E é neste momento que podem transmitir a bactéria para o ser humano. Por isso, ao localizar um carrapato no corpo, a médica recomenda o uso de uma pinça para removê-lo. Realizando movimentos circulares suaves, ou o uso de bucha vegetal, caso seja de tamanho muito pequeno. “Desta forma evita-se o risco de o aparelho bucal do carrapato ficar na pele, com a bactéria da febre maculosa”.
Na mala, a orientação é simples. “A preferência deve ser por roupas em tons claros, que facilitam a visualização do carrapato, use botas de cano longo, coloque a barra da calça por dentro da meia e prefira blusas com mangas compridas, que protegem um pouco mais”, destaca.
A febre maculosa tem cura desde que o tratamento antimicrobiano seja iniciado brevemente, assim que apresentar os primeiros sintomas. Quanto antes o início, menor o risco de uma evolução grave. Por isso, ao passar por locais que possam ser foco do carrapato e identificar qualquer sintoma relacionado à doença, tais como febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, inapetência ou desânimo, a médica recomenda a procura de um pronto-atendimento.
O diagnóstico tardio pode comprometer o sistema nervoso central, os pulmões, os rins e causar lesões vasculares, na maioria das vezes de forma irreversível.
Segundo Vera, “o tratamento adequado deve incluir a medicação por sete a dez 10 dias (três dias após término da febre). A doença não é transmitida de uma pessoa para outra e a imunidade adquirida da doença é duradoura”, conclui.
Férias: cuidados redobrados podem proteger do carrapato-estrela
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