O Sensor fecha setembro com 49,5 pontos. Apesar da elevação de 1,6 ponto em relação a agosto (47,9 pontos) há manutenção do cenário de queda, agora durante sete meses. A permanência abaixo dos 50,0 pontos indica contração da atividade.
Os estoques registram 46,8 pontos no mês. Nem mesmo a alta de 4,7 pontos de julho a setembro foi capaz de levar o indicador aos 50,0 pontos e, abaixo disso, o indicador aponta os estoques acima do planejado.
As vendas permanecem próximas à leitura anterior, ao marcar 50,0 pontos. No entanto, os 49,7 pontos de agosto sinalizavam queda enquanto em setembro o componente indica estabilidade no mês, por se manter exatamente em 50,0 pontos.
O indicador de empregos registra 47,3 pontos no mês. A redução de 1,7 ponto em relação ao mês passado (49,0 pontos) o distancia ainda mais dos 50,0 pontos, o que indica queda dos empregos na indústria paulista.
Os investimentos com 51,4 pontos em setembro permanecem no mesmo patamar observado em agosto. A manutenção deste resultado garante o quarto mês de aumento em um ano com alta volatidade nos investimentos – sendo março (52,7 pontos) e abril (52,5 pontos) os outros dois meses além de agosto e setembro que apresentaram resultados acima dos 50,0 pontos e indicaram elevação dos investimentos.
Por fim, o mercado (que representa a percepção sobre o setor de atuação) é o destaque positivo no mês, com 50,7 pontos. O componente reverteu a sinalização de pessimismo do mês de agosto (47,0 pontos) para o otimismo em setembro. Além disso, o aumento de 3,7 pontos em comparação ao mês anterior é a maior variação entre os indicadores do Sensor deste mês. Leituras acima dos 50,0 pontos sinalizam a melhora das condições de mercado.
Desde março deste ano o Sensor permanece abaixo da linha dos 50,0 pontos, resultados que refletem, sobretudo, o ambiente restritivo da política monetária.
Na última reunião do Copom (20) um novo corte de 0,50 p.p. foi anunciado na taxa básica de juros (Selic), agora em 12,75% ao ano. A redução deste mês é o mesmo praticado em agosto, e a autoridade monetária indica que, a depender da evolução dos preços, os próximos encontros podem contar com reduções na mesma magnitude. Esta sinalização caminha lado a lado com a expectativa do mercado, que projeta a taxa em 11,75% a.a. até o fim de 2023.
Apesar do início no ciclo de redução da taxa de juros, os efeitos na atividade econômica devem ser sentidos somente a partir de 2024, devido a defasagem temporal da política monetária. Portanto, a FIESP projeta queda de 0,5% da produção industrial em 2023, a sétima contração em dez anos.
Nesta conjuntura adversa, a Fiesp reforça a importância de um maior e mais rápido afrouxamento monetário, em conjunto com a Reforma Tributária, com alíquota máxima de 25%. Ademais, medidas como o Plano Produção (equivalente ao Plano Safra voltado à indústria) e a Depreciação Imediata também devem ser tomadas para favorecer o crescimento da produtividade e a competitividade da indústria da transformação paulista e nacional.
O Sensor é uma pesquisa qualitativa de conjuntura econômica realizada desde 2006. Ela tem como objetivo captar informações do andamento da atividade da indústria de transformação durante o mês corrente da coleta de dados, eliminando as defasagens de tempo das tradicionais pesquisas de conjuntura. Hoje, participam da pesquisa 30 das principais indústrias de São Paulo.
Atividade industrial sofre queda pelo sétimo mês em 2023
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