sexta-feira, 20 setembro, 2024
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Catástrofes anunciadas. E virão outras

Anselmo Brombal – Jornalista

Não sou ecologista, muito menos ambientalista. Mas não dá pra negar que tudo isso que está acontecendo no mundo é consequência dos crimes que cometemos contra a natureza. A Natureza é sábia, e reage a cada golpe dos humanos à altura. Excesso de chuvas e consequentes inundações no Rio Grande do Sul; rompimento de barragens na Líbia, com 11 mil mortos. Terremoto no Marrocos. Calorão na Europa.
O ser humano, que se considera capaz de tudo, modifica o ambiente conforme seus interesses. Enche as ruas de asfalto, e com isso impermeabiliza o solo. A água precisa correr para algum lugar, uma vez que não é absorvida pelo solo. E muita água num lugar só é desgraça prevista.
O ser humano aterra nascentes e lagos. Para ganhar terreno e nele construir prédios, galpões ou casas. Sem lagos, não há sapos e rãs. Sem sapos e rãs, aumenta o número de insetos, seu alimento. E depois gasta-se uma fortuna para combater o mosquito da dengue.
Só um exemplo: em Jundiaí, onde hoje está o Maxi Shopping, havia uma lagoa. Muita gente ia nessa lagoa para caçar rãs. Mas a lagoa foi aterrada, extinta. Na época, isso era permitido. Nos morros em volta do shopping, o Jardim Florestal, havia verdadeira floresta. Hoje tudo é casa. Ou loteamento. Outra lagoa aterrada é a que era conhecida como Lagoa do Samarone, ao lado da Marginal do Rio Jundiaí.
Além do sumiço das árvores, há o exagerado número de carros e caminhões, que poluem o ar. E sem árvore, não há sua renovação. A boa notícia é que a indústria de carros e caminhões está em crise, fabricando e vendendo menos. Muitos córregos foram canalizados, escondidos sob a terra. E isso tem consequências.
Se compararmos esses acidentes climáticos do passado com os atuais, a conclusão é que eles são cada vez maiores e mais trágicos. Mas agora nossas autoridades acharam um culpado: o fenômeno El Nino. Se não for ele, pode ser a La Nina. E tudo fica por isso mesmo. Nada de providências.
No começo do ano aconteceu a tragédia em São Sebastião, litoral Norte de São Paulo. Os mais atingidos foram os moradores dos morros, que tiveram suas casas destruídas. Alguns morreram. Na vizinha Franco da Rocha, há algum tempo houve deslizamentos de morros, por causa da chuva. E muita gente foi prejudicada. Houve mortes também.
Alguém, por um acaso, se preocupou em desocupar essas áreas? Alguém tem algum programa para evitar que muita gente ocupe essas áreas de risco? Nada. Só há o lamento oficial quando a desgraça acontece.
E aí? Vamos continuar afrontando a Natureza?

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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