quarta-feira, 30 outubro, 2024
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As marotas contas de água

Anselmo Brombal – Jornalista

Há muito tempo se questiona o como é feito o cálculo para uma concessionária chegar ao valor da conta de água e esgoto. Difícil explicar. Mas o que está intrigando o consumidor são dois detalhes nessas contas. Um deles é o consumo mínimo – usando ou não, paga-se esse valor, normalmente referente a 10 metros cúbicos, ou 10 mil litros de água. Outro detalhe é o esgoto, cobrado na mesma proporção da água que entra numa casa ou comércio. Não é bem assim.
A Sabesp cobra consumo mínimo. O que é injusto, uma vez que pessoas que moram sozinhas gastam pouca água, mesmo nos meses de verão, quando os banhos de chuveiro são mais abundantes. O justo seria cobrar somente o que foi consumido, sem essa de mínimo. É o mesmo do que a Sabesp dizer: não usou mais água porque não quis. Consumidores mais revoltados até pensam em deixar torneiras abertas até atingir esse consumo mínimo. Já que a Sabesp vai cobrar…
A questão do esgoto é um mistério. Se numa casa entram 10 mil litros de água, não significa necessariamente que serão 10 mil litros de esgoto. Lavar quintal, por exemplo, não produz esgoto, uma vez que a água escoa para as galerias de águas pluviais. Lavar carro, ídem. O mesmo acontece quando o morador usa água para regar seu jardim ou sua horta. Mas a Sabesp cobra. E bem cobrado. E esse tipo de água não pode ser ligado à rede de esgoto. É proibido.
Sabe-se que a Sabesp embute na conta um percentual de perda. Aquela água que vaza na rede. Ora, se vaza água tratada na rede, o problema não é do consumidor, e sim da incompetência da Sabesp. Supermercados fazem o mesmo, colocando em seus custos – e repassando ao consumidor – o que é desperdiçado, seja por incompetência ou vandalismo.
Há ainda outras questões, como a suspeita de que, junto com a água, ou na falta dela, passa muito ar pelo hidrômetro. Basta ver a quantidade de anúncios de aparelhos que, em tese, evitam a entrada de ar. E mesmo sendo esfolado pela Sabesp, nem sempre o consumidor tem o atendimento e o respeito que merece.
O jeito é fazer um poço e dar uma banana pra Sabesp.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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