O ex-ministro da Justiça e atual senador da República, Sérgio Moro (União-RS), comentou a situação do Brasil mediante o empoderamento de facções criminosas e milícias. Moro lançou olhar para a política de segurança tocada pelo governo Lula e chamou de ‘ultrapassada’ a crença de que “o crime é um problema social, que se resolve com políticas sociais e que o criminoso é uma vítima da sociedade”. O senador completou: ‘historicamente o PT tem uma postura frouxa contra a criminalidade”.
De acordo com a avaliação do parlamentar, os grupos criminosos estavam ‘abafados’ pela gestão Bolsonaro, mas agora esses grupos “se sentem à vontade novamente”.
Assíduo na oposição ao Planalto, Moro gravou declaração ao Diário do Poder para sintetizar, em sua sua avaliação, como os erros do atual governo impactam a segurança dos brasileiros e qual deve ser a resposta do poder público ao crime organizado:
Ainda sobre o contexto de crise, Moro detalhou: “Temos uma crise de segurança no Rio de Janeiro, tivemos uma na Bahia e recentemente também no Rio Grande do Norte. O que a gente vê é um Ministério da Justiça à deriva. Quantos projetos foram enviados pelo Ministério da Justiça para o Congresso Nacional? Zero. Não é que o MJ tem mandado projetos ruins, é que não mandou nenhum”, pontuou.
Ainda segundo o senador, o ministro Flávio Dino loteou cargos em troca de alianças políticas. “Cargos chave foram loteados politicamente, empregando pessoas que não são da área da segurança pública”, frisou.
Como quem dita receita exitosa, Moro fez menção à crise de segurança no estado do Ceará, ocorrida durante sua gestão. “Em um mês, o incidente estava superado. Mandamos a Força Nacional, intensificamos a ação das forças policiais federais, fizemos as transferências das lideranças do crime organizado para presídios de segurança máxima, mandamos projeto de lei para endurecer o tratamento contra o crime organizado”.
Outro destaque foi a diminuição drástica do número de homicídios que ocorreu durante sua gestão como ministro. “Em 2019, tivemos a maior queda histórica de assassinatos, roubos e outros crimes. Os assassinatos, por exemplo, caíram 22% em relação a 2018”,ponderou.
Para enfrentar o avanço do crime organizado, o senador defende ‘olhos atentos’ sobre o poderio capital de grupos como o PCC que, segundo ele, tem os seus “tentáculos na economia, conhecido por fazer investimentos na distribuição de combustíveis”. Para ele, além da ação combativa do governo contra o crime organizado também é necessário “mais rigor por parte do judiciário”.
O ex-juiz da Lava jato acredita que em matéria de ‘apreensão de drogas’ o judiciário “tem mandado, em muitas decisões, a mensagem errada para a população e o mundo do crime percebe e cresce quando vê que não há resistência”.
Moro: “PT tem uma postura frouxa contra a criminalidade”
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