Anselmo Brombal – Jornalista
Podemos afirmar que o “se” e o “quase” equivalem ao nada, ao zero. Se é uma condição. Quase, outra condição. Nos dois casos, os fatos não se concretizam. Então, é o mesmo que nada. Quase ganhei na loteria não o torna milionário. Se eu soubesse também não evitou dissabores. E o tempo prova muita coisa.
Na sua juventude, Hitler pintava quadros em Viena, capital da Áustria. Se o povo daquela época tivesse comprado seus quadros, ele não teria feito o que fez. Seria, talvez, um artista, um pintor famoso. Se Lincoln, presidente americano, não tivesse ido ao teatro naquela noite, não teria sido assassinado. Se John Kennedy não tivesse ido a Dallas, em novembro de 1963, não teria morrido. Tudo questão de se.
Se muitas mulheres não tivessem sido copuladas em determinada época, não teriam nascido os idiotas atuais. Idiotas que usam capacete e que fazem barulho exagerado com suas motocicletas. Se… Idiotas, escrotos, que certamente foram paridos pelo ânus. Ou pela cloaca.
Se uma certa quenga lá de Garanhuns não tivesse ido trabalhar na zona do meretrício naquele dia, não existiria o jumento que conhecemos. Se outras onze quengas estivessem com dor de cabeça em certos dias, não teríamos hoje uma tragédia surreal. Tudo é uma condição, como já vimos.
Se a Polícia cumprisse sua obrigação, de fiscalizar, não teríamos tanto barulho de carros e motos. Sem precisar montar blitz. Só anotar a placa e intimar o dono da bagaça. Se, nas blitz, a Polícia parasse de se incomodar com casal de velhinhos e com carros velhos, não haveria motocicletas estupidamente barulhentas. Se…
Pois é. Acabou o espírito natalino. Voltamos à programação normal.