Todo mundo sabe a letra, canta emocionado e de olhos fechados. Em 2023, não deu para negar as aparências, nem disfarçar as evidências. A canção “Evidências, autoria de José Augusto e Paulo Sergio Valle e que estourou na voz de Chitãozinho e Xororó, foi a mais tocada no ano passado em shows realizados no território nacional, de acordo com levantamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). A divulgação ocorreu na segunda-feira, quando se comemorou o Dia do Compositor. José Augusto e Paulo Sérgio Valle estão entre os mais de 4 milhões de compositores cadastrados no banco de dados da gestão coletiva da música no Brasil, formada pelas associações Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC, além do Ecad. A homenagem aos compositores é justa. Eles representam mais de 70% de todos os titulares de música filiadas às associações de gestão coletiva. O restante se divide entre intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos. Desse total de compositores, 94% são estrangeiros e 6% são nacionais. Os cadastros são feitos pelo próprio compositor e os demais titulares de música ou por seus representantes. Os estrangeiros também são cadastrados no Brasil por meio de contratos de representação firmados entre as associações estrangeiras e nacionais. Com base no banco de dados, o Ecad identifica as músicas tocadas e captadas no país e, em seguida, distribui os valores para as associações, que repassam aos seus filiados. Os rendimentos em direitos autorais são garantidos aos compositores e artistas, após a morte, como determina a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98). Os herdeiros continuam a receber esses valores por 70 anos após a morte do autor (ou do último compositor/autor, em caso de parcerias).