Exagerar na hora de colocar no prato alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, refrigerantes e salsichas, após os 50 anos pode reduzir a expectativa de vida de adultos. Em um estudo feito por nutricionistas americanos, o hábito foi associado a um risco 10% maior de morte.
A pesquisa realizada por cientistas do National Cancer Institute, dos Estados Unidos, foi divulgada na conferência Nutrition 2024, que está sendo realizada em Chicago, desde sábado (29), e que continua até amanhã (2).
O estudo acompanhou 540 mil adultos durante 23 anos nos Estados Unidos. A coleta de dados começou nos anos 1990, quando os adultos tinham entre 50 e 71 anos de idade e seguiu acompanhando-os até 2023. Metade dos participantes já morreu.
Cruzando os dados de alimentação com as causas de morte, a pesquisa comparou dados dos 10% que comiam maiores quantidades de ultraprocessados com os 10% que melhor moderavam essa ingestão para entender que papel a comida poderia ter desempenhado na saúde deles.
Cânceres e diabetes
De acordo com os resultados, a maior ingestão de alimentos ultraprocessados foi associada a cerca de 10% dos índices de mortes por qualquer causa e de mortes relacionadas especificamente a doenças cardíacas ou ao diabetes. No entanto, nenhuma associação foi encontrada para mortes relacionadas ao câncer.
“Na pesquisa, as carnes altamente processadas, como hambúrgueres e salsichas, e os refrigerantes eram alguns dos subgrupos de alimentos ultraprocessados mais fortemente associados ao risco de mortalidade. Evitar comê-los já é uma medida recomendada para a prevenção de doenças e promoção da saúde”, explica a médica Erikka Loftfield, chefe do estudo.
Os pesquisadores também levaram em conta outros fatores que podem aumentar o risco de morte de uma pessoa, como tabagismo e obesidade, e descobriu que os que costumavam comer muitos ultraprocessados também eram muitas vezes pessoas com esses fatores de risco.
Comer ultraprocessados depois dos 50 anos aumenta risco de morte
RELATED ARTICLES