Pela primeira vez no ano, a Petrobras decidiu reajustar o preço da gasolina e do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) — o popular “gás de cozinha” — comercializado para as distribuidoras. Na segunda-feira, a companhia emitiu uma nota informandoos novos valores que entram em vigor a partir de ontem. O litro da gasolina — antes vendido a R$ 2,81 — aumenta R$ 0,20, e passa a valer para R$ 3,01. Enquanto isso, o preço do botijão de gás tradicional, de 13kg, foi reajustado R$ 3,10 (de R$ 31,60 para R$ 34,70). A medida não vale para o diesel.
Com o aumento para as distribuidoras, os valores devem ser repassados para o consumidor final. Uma estimativa realizada pela Warren Investimentos calcula que, com o reajuste de R$ 0,20, o preço da gasolina na bomba de combustível deve subir R$ 0,15. No final de junho, um levantamento realizado pelo Ticket Log apontou que o preço médio da gasolina vendida nos postos de abastecimento era de R$ 6,02.
O último aumento da gasolina foi em outubro de 2023. Desde a mudança da política de preços da estatal, adotada em maio no ano passado e que substituiu o Preço de Paridade de Importação (PPI), a companhia já reduziu em R$ 0,17 por litro o valor de venda da gasolina para as distribuidoras.
Inflação maior
De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o reajuste do combustível é causado, entre outros fatores, pela escalada do dólar no país, que subiu 15% entre os dias 1º de fevereiro e 1º de julho deste ano. Além disso, o instituto atribui a mudança à recente elevação dos preços do petróleo tipo Brent no mercado internacional, que atingiu US$ 85,75/barril.
Com a revisão dos preços pela estatal, diversos analistas econômicos aumentaram a previsão para a inflação neste ano. O banco BTG Pactual elevou de 4,2% para 4,4% a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024. Já a Warren Investimentos, revisou de 4,1% para 4,28% a estimativa para a inflação oficial no mesmo período.