quinta-feira, 19 setembro, 2024
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La Niña chega ao Brasil em setembro

A partir do mês de setembro, o La Niña poderá se manifestar em regiões do Brasil. Esse fenômeno causa o efeito oposto ao do El Niño, ou seja, provoca o resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Tradicionalmente, o La Niña influencia as temperaturas, as chuvas e a estiagem em diferentes regiões do país.
Com base em modelos climáticos que projetam cenários a partir da coleta de informações na atmosfera, os meteorologistas consideram um período maior para verificar a ocorrência do La Niña, ou seja, o trimestre de setembro a novembro.
“Talvez o impacto deva chegar um pouco depois (de setembro). Há uma inércia para chegar, porque primeiro muda a característica do mar. Essa mudança da temperatura na superfície altera a circulação atmosférica e é assim que chega ao Brasil o impacto do que ocorre na superfície do mar do Pacífico”, explica o meteorologista pesquisador do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais (Cempa), baseado na Universidade Federal de Goiás (UFG), Angel Domínguez Chovert.
“Ele causa chuva em excesso nas regiões Norte e Nordeste, entre o Centro e o Norte do País, e causa ausência de chuva na região Sul, em Argentina e no Paraguai. Dependendo da época do ano, se for no período de inverno, ele facilita o avanço das massas de ar frio pelo Brasil, causando aquelas ondas de frio.”

O roteiro de La Niña
Embora os aspectos mais comuns sejam os citados, a ocorrência do La Niña não segue sempre esse roteiro. Chovert, que também atua no Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (Ceagre), prevê que o La Niña deste ano não será tão forte como em anos anteriores. O mais recente desse fenômeno atuou por parte de 2020, 2021 e 2022, e parte de 2023.
“Na região Sudeste, espera-se temperaturas um pouco abaixo da média. É um período quente no país como um todo. Vamos esperar que as temperaturas no Centro-Oeste e no Sudeste fiquem um pouco abaixo da média, a chuva aumente no Norte e no Nordeste, e a precipitação fique dentro do esperado para a região Sul”, detalha Chovert.
Atualmente, as medições indicam que há um resfriamento de 0,3 °C nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial em relação à média climatológica (1991-2020). Para considerar a variação La Niña, a diminuição precisa alcançar pelo menos 0,5 °C. No caso do El Niño, o 0,5 °C tem de ser para cima.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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