Nesta semana, técnicos da Embrapa estarão em Jundiaí e nas cidades da região para determinar novo protocolo contra a podridão-da-uva madura. Além de apresentação sobre a doença para representantes dos produtores, realizado na segunda-feira (1º), os técnicos visitaram propriedades que terão acompanhamento técnico para estabelecer novo protocolo contra a doença.
Na propriedade de Ademir Minjone, 59 anos, no Caxambu, a podridão-da-uva quebrou as duas últimas safras de uva niagara rosada. “São 8,5 hectares de plantio de uvas. Na última safra foram colhidas 35 toneladas de uvas. Agora, nesta última safra não conseguimos nem mil caixas. Fiz de tudo o que já estava disponível, mas até agora, não tivemos sucesso”, explica o produtor, que não quer deixar o cultivo da fruta que sempre esteve na família.
A propriedade de Minjone foi uma que recebeu a visita dos técnicos, que indicaram manejos e protocolos para ser aplicados nesta safra. De acordo com o gestor da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo, Eduardo Alvarez, além da propriedade que será escolhida para o acompanhamento, ainda será disponibilizado um protocolo de cuidado emergencial, para a contenção da doença, para uso entre todas as propriedades.
Segundo o presidente da Associação Agrícola de Jundiaí, René Tomazetto, a atividade é uma luz para os produtores. “Agora os produtores podem se sentir esperançosos, pois viram que em outras regiões a situação foi controlada”, comentou.
Para controlar o avanço sobre os vinhedos paulistas da podridão-da-uva-madura, além de pesquisadores, agricultores, agrônomos, assistentes rurais, técnicos de extensão rural e colaboradores da Embrapa, Governo do Estado, secretarias municipais e organizações representativas dos produtores, fazem parte do grupo.
“Foi traçado um plano emergencial para o controle da doença. A proposta é disponibilizar um conjunto de medidas testadas e validadas para o controle racional da podridão-da-uva-madura que afeta as videiras paulistas, com coletas de materiais para análise, que serão encaminhadas para laboratório, onde será avaliada a resistência do patógeno aos principais grupos de princípios ativos de fungicidas disponíveis e registrados para a videira.
A doença
Causada pelo fungo Glomerella cingulata, a podridão-da-uva-madura provoca manchas circulares marrom-avermelhadas sobre o fruto, que posteriormente, atingem todo o cacho, deixando o grão de uva escuro e murcho. Temperaturas entre 25°C e 30°C e alta umidade proveniente de chuva, orvalho, irrigação ou cerração são condições ideais para a ocorrência e desenvolvimento da doença.