O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na segunda-feira (16) que o retorno do horário de verão no Brasil é “muito provável” e será implementado de forma “extremamente planejada”, em 30 dias.
“O horário de verão costuma aquecer muito algumas áreas do comércio, turismo, bares e restaurantes. Nós estamos vivendo um momento muito bom para a economia brasileira com a inflação baixa, menor taxa de desemprego formal da história, o Brasil cresce muito rápido. Então, nós vamos avaliar o contexto e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo para uma decisão final”, afirmou o ministro em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
Silveira frisou que o país enfrenta “a pior escassez hídrica dos últimos 93 anos”, com estiagem e índice pluviométrico baixo em todo o território. “O horário de verão passa a ser uma realidade muito premente”, completou ele, explicando que é preciso aumentar a segurança e resiliência do sistema para garantir energia para todos os brasileiros e não deixar a conta de energia subir.
O ministro ainda destacou que não haverá crise energética no país neste ano e criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL), que chegou a levantar a possibilidade de retorno do horário em 2021, durante uma crise.
Horário de verão
O horário de verão é adotado em vários países do mundo para aproveitar a iluminação natural durante o verão, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas.
Ele tem por objetivo economizar o consumo de energia elétrica no chamado “horário de pico”, estimulando as pessoas e as empresas a encerrarem suas atividades do dia com a luz do sol ainda presente, evitando que muitos equipamentos estejam ainda ligados quando é acionada a iluminação noturna.
No Brasil, ele foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getulio Vargas, e passou a ser adotado com constância a partir de 1985, vigorando entre os meses de outubro e fevereiro. O horário especial era aplicado no Distrito Federal e nos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A medida foi extinta em 2019, durante o governo Bolsonaro, que considerou que o ganho trazido pelo horário de verão não era considerável e após consulta a pesquisas de opinião que apontaram que a maioria da população brasileira era contrária ao horário especial.