2024 pode ser o ano mais quente já registrado, aponta relatório
2024 pode ser o mais quente já registrado, com a temperatura média global superando, pela primeira vez, 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (entre os anos 1850 e 1900). É o que aponta um relatório divulgado na quinta-feira (7), pelo Observatório Europeu Copernicus, que monitora mudanças climáticas globais.
“A anomalia média da temperatura para o resto de 2024 teria de cair para quase zero para que 2024 não fosse o ano mais quente”, ressaltou o boletim.
De acordo com o relatório, a temperatura média global nos últimos 12 meses (novembro de 2023 a outubro de 2024) foi 0,74 acima da média de 1991-2020, com uma estimativa de 1,62 °C acima da média pré-industrial, ou seja, anterior ao uso massivo de combustíveis fósseis.
Segundo o Observatório, o mês passado foi o segundo outubro mais quente já registrado, com uma temperatura média de 15,25°C, 1,65°C sendo superado por 2023.
A diretora adjunta do Copernicus Climate Change Service (C3S), Samantha Burgess, aponta que esses resultados devem “aumentar a ambição para a próxima Conferência sobre Mudanças Climáticas, a COP29”. O evento será realizado no Arzeibaijão, a partir do próximo dia 11 de novembro.
Um levantamento publicado na revista Nature, com a participação de integrantes da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostrou que as as temperaturas extremas, tanto o o frio quanto o calor, foram responsáveis por quase 6% das mortes em cidades da América Latina.
Dentre os efeitos nocivos do calor extremo para saúde estão a maior propensão para:
Desidratação;
Problemas respiratórios;
Problemas de pele (pela exposição ao sol);
Ataques cardíacos e arritmias para pessoas com condições cardíacas pré-existentes, como hipertensão arterial, doença coronariana, e insuficiência cardíaca, uma vez que o corpo precisa trabalhar mais para manter a temperatura corporal sob controle, ressalta o cardiologista Marcelo Franken, gerente de Cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
A recomendação, segundo o especialista, é manter-se hidratado, evitar a exposição direta ao sol e optar por ambientes ventilados em dias de calor extremo.
O que mais é possível fazer?
A transmissão e proliferação de doenças bacterianas e virais são mais comuns durante períodos com baixa umidade. Veja as orientações para prevenir:
Lavar as mãos;
Evitar tossir em público e sempre proteger a boca ao tossir;
Boa alimentação;
Lavagem nasal.
“O ar seco diminui a produção do muco nasal. Com a lavagem, removemos secreção, melhoramos o ressecamento, sem deixar a mucosa despreparada e desprotegida para a entrada do vírus invasor”, explica a otorrinolaringologista Juliana Cola Carvalho.