Em busca de maior autonomia e capacidade técnica no setor espacial, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizará no fim de novembro o envio de um veículo de sondagem ao espaço a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Parnamirim, no Rio Grande do Norte.
A operação, batizada de Potiguar, teve início na segunda-feira (18) e também busca apoiar a crescente demanda por lançamentos orbitais e suborbitais na base de Alcântara (MA), que já tem 85% de sua capacidade ocupada para 2025.
O plano é treinar e capacitar técnicos brasileiros para alcançar maior autonomia no lançamento de veículos suborbitais, dominando processos como o lançamento de experimentos, coleta de dados e recuperação de cargas úteis enviadas ao espaço.
Além disso, a base da Barreira do Inferno será responsável por monitorar e acompanhar foguetes e satélites em voo, coletando dados sobre trajetória, desempenho e funcionamento dos veículos.
Na primeira fase, será lançado o modelo VS30 V15, com oito metros de comprimento e quase uma tonelada de combustível sólido. O objetivo é treinar os técnicos do CLBI, além de testar equipamentos e processos envolvidos.
Na segunda etapa, prevista para o segundo semestre de 2025, outro foguete VS30 V15 será usado para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como Plataforma Suborbital de Microgravidade.
Esse módulo é responsável por carregar a carga útil no foguete, abrigando compartimentos para experimentos e sistemas eletrônicos interativos. A base potiguar, ativa desde 1965, já realizou mais de três mil lançamentos em 717 operações.
O foguete brasileiro
O VS30 V15, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço da FAB, é um veículo de sondagem monoestágio, não guiado, lançado por trilho.
Ele conta com um estágio propulsivo de cerca de 900 quilos de combustível sólido e a Plataforma Suborbital de Microgravidade.
Com 7,911 metros de comprimento e peso total de 1,5 tonelada, o foguete transporta até 278,46 quilos de carga útil.
Alcança velocidade máxima de 6 mil km/h, com autonomia de voo de 6 minutos e 20 segundos, e atinge uma altitude máxima de 154,9 km.
A primeira fase da operação está programada para 29 de novembro.