O Brasil já tem 20 milhões de pessoas com diabetes. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tipo mais comum é o diabetes tipo 2, responsável por mais de 90% dos casos, que frequentemente se associa à obesidade, metabolismo, envelhecimento e histórico familiar. O diabetes tipo 1 corresponde a 5% dos casos, e costuma ter início numa faixa etária mais jovem e requer o tratamento com insulina desde o início.
Esta quinta-feira, 14 de novembro, é dedicada à conscientização sobre essa doença. O alerta, segundo a médica endocrinologista pediatra e docente do curso de Medicina do Centro Universitário de Indaiatuba, Lívia Franco, fica por conta da necessidade do diagnóstico precoce, já que estudos da Sociedade Brasileira de Diabetes apontam um atraso de três a seis anos entre o início da doença e o diagnóstico.
“O diabetes não diagnosticado representa uma oportunidade perdida para iniciar o tratamento para melhora da glicemia e de uma melhor qualidade de vida como um todo”, explica a médica. Ela reforça ainda que, quando a doença se manifesta, ela potencializa outros fatores de risco, como o colesterol elevado e a hipertensão.
A médica destaca casos de crianças que têm chegado tardiamente aos hospitais, com formas graves de doença e precisando de UTI. Ela esclarece ser preciso que pais e responsáveis fiquem alertas quanto a alguns sinais. “Criança que deixou de fazer xixi na cama e voltou a ter esse hábito, que bebem muita água, fazem muito xixi, comem demais e ainda assim estão perdendo peso, ela precisa realizar o exame de açúcar no sangue. Como os sintomas não são de imediato, visitas regulares ao médico com a realização de exames de sangue, são muito importantes para um diagnóstico que anteceda ao aparecimento dos primeiros problemas”, explica a médica, que faz o alerta para casos de diabetes tipo 1.
Segundo a endocrinologista, a obesidade infantil tem impulsionado os riscos do diabetes. O número de crianças e adolescentes com obesidade, entre cinco e 19 anos, em todo o mundo, aumentou 10 vezes na última década. Seguindo os hábitos atuais, estima-se que a prevalência de obesidade infantil aumente em 60% na próxima década, chegando a 254 milhões de crianças e adolescentes, entre cinco e 19 anos, no ano de 2030. Nesse mesmo ano, estima-se que o Brasil ocupará o quinto lugar no ranking de países com maior número de crianças e adolescente com obesidade.
O mais importante, segundo a médica, é que todos compreendam que a obesidade é uma doença crônica, que não envolve apenas estética e pode acarretar prejuízos para toda a vida. “É relevante também entender como avaliamos a obesidade na pediatria, uma vez que ao avaliar os gráficos do índice de massa corporal diversas vezes nos deparamos com o diagnóstico de obesidade grave em crianças que aos olhos dos pais são apenas mais cheinhas”, esclarece.
O caso de diabetes tipo 2, que atinge 90% dos diabéticos, ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Conforme a endocrinologista Lívia Franco é alarmante o número de jovens que estão adquirindo a doença, em virtude do estilo de vida inadequado. “Fatores de risco como a obesidade, a dieta não saudável e a falta de atividade física, elevam os riscos”, aponta a médica. Ainda como forma de prevenção, importante destacar o consumo moderado de bebidas alcoólicas e o abandono do tabagismo.
Região Metropolitana de Campinas
As estatísticas reforçam a pertinência desses cuidados: estima-se que cerca de 10% dos habitantes adultos do Brasil tenham a doença, que, segundo o Ministério da Saúde, atinge 5,2% dos homens e 6% das mulheres. Dentre as pessoas acima de 65 anos, a incidência é de 21%.
O número de atendimentos ambulatoriais por diabetes na região de Campinas, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SP) disparou 305% no primeiro quadrimestre deste ano, se comparado com o mesmo período de 2023. De janeiro a abril de 2023 foram 579 atendimentos ambulatoriais, enquanto no mesmo período deste ano foram 2.346. Ainda segundo a Secretaria, o tipo 2 da doença corresponde a 90% dos atendimentos e o perfil dos pacientes mostram que 50% dos pacientes são obesos, 70% dos pacientes estão sedentários e boa parte tem alimentação inadequada.
Sintomas do Diabetes Tipo 1
Fome frequente; Sede constante; Vontade de urinar várias vezes ao dia; Perda de peso; Fraqueza; Fadiga; Mudanças de humor; Náusea e vômito.
Sintomas do Diabetes Tipo 2
Fome frequente; Sede constante; Formigamento nos pés e mãos; Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele; Feridas que demoram para cicatrizar; Visão embaçada.