Anselmo Brombal – Jornalista
Primeira dama, de fato, não existe. É um título informal dado à mulher do presidente. Não é nomeada em diário oficial, não tem salário, e na maioria das vezes ocupa algum cargo em entidade beneficente. Nas cidades, costumam presidir o fundo social de solidariedade. Algumas, ao longo da história, se destacaram pela beleza; outras, pelo trabalho. E como todos os casos, sempre há quem fica fora da curva.
As primeiras damas americanas até hoje são exemplos. Jacqueline Kennedy é considerada uma das mais bonitas. Eleanor Roosevelt ficou conhecida por apoiar todo o trabalho do marido, Franklin D. Roosevelt, quatro vezes presidente dos Estados Unidos. Michelle Obama tornou-se bem conhecida por sua discrição. Nunca se meteu em política.
O Brasil também teve suas primeiras damas notáveis. Maria Tereza Goulart, casada com João Goulart, era considerada – e ainda é – a mais bonita de todas. As mulheres dos generais primaram pela discrição. Única que pode ser considerada exceção é Dulce Figueiredo. Casada com o general João Batista Figueiredo, era meio espalhafatosa. Mas não comprometia.
Rosane Collor, casada com Fernando Collor, tinha raízes jagunças – era de Canapi, interior de Alagoas. Era chegada numa baixaria. Para mantê-la ocupada, Collor a nomeou presidente da Legião Brasileira de Assistência, uma espécie de fundo social. E lá ela se meteu em política e falcatruas. Há rumores ainda de que ela enfeitava a cabeça do marido com um par de cornos.
Rute Cardoso, mulher de Fernando Henrique Cardoso, era bem discreta. E culta. O mesmo não se pode dizer da primeira mulher de Lula, Marisa. Mas ficava na dela, apesar do ganho milionário vendendo Avon. Segundo Lula. Marcela Temer, mulher de Michel Temer ainda é bonita. Quando primeira dama, provocava suspiros. Michelle, mulher de Bolsonaro, é bonita e discreta.
Mas aí o destino nos pregou uma peça: Lula, e com ele sua primeira dama, dona Rosângela, conhecida nos círculos mais íntimos (íntimos demais, até) como Janja.Ela é o contrário de toda a tradição.
É cafona, se veste mal, se comporta mal e gosta de um barraco. Se mete nos assuntos do governo, dita ordens e gosta de gastar o dinheiro público. Deslumbrada. É a típica marmiteira que casou com quem tem dinheiro. Vele o ditado: você tira uma pessoa da favela, mas não tira a favela da pessoa. Adora aparecer, mesmo não sendo chamada.
Concluindo: há um consenso de quem manda em casa é a mulher. Por aí se vê o rumo que estamos tomando. Chamar aquilo de primeira dama é um disparate. Mas o corno gosta. Fazer o que?