Anselmo Brombal – Jornalista
Já tive mais respeito e admiração pelo nosso Exército. Mas alguns acontecimentos recentes jogam por terra qualquer resquício de admiração. E olha que o Exército passou vergonha mais de uma vez em nossa história – a maioria justificáveis e compreensíveis. Mas agora passou da conta – a prisão do general Braga Neto pela Polícia Federal, por ordem do ditador Alexandre de Moraes.
Tudo errado. Ordem de prisão para militar, nesse caso, só pode partir do STM (Superior Tribunal Militar) e não do STF. Militar só pode ser preso por outro militar, de igual patente ou superior. Braga Neto poderia – ou deveria – ter dado voz de prisão aos policiais federais e chamado a Polícia do Exército. Mas…
O argumento do sinistro não cola. Como acusar alguém de obstruir um inquérito que já está concluído, que já terminou? Mesmo assim o ditador mandou prender, e as Frouxas Armadas não se mexeram. Foi o segundo militar a ser preso em nossa história quase republicana – o primeiro foi o marechal Hermes da Fonsca, já ex-presidente, por ordem do presidente Epitácio Pessoa, em 1922. Mas o Hermes estava causando.
A maior vergonha até então fora a Guerra de Canudos, quando sucessivas expedições militares foram derrotadas e humilhadas pelos jagunços de Antonio Conselheiro no sertão baiano. Depois de vencer os jagunços, finalmente, outra vergonha: o Exército massacrou os sobreviventes.
O inquérito de Moraes é uma piada em sua pura essência. Não houve sequer tentativa de golpe de estado. Logo, não houve crime. Mas Moraes quer a todo custo colocar Bolsonaro na cadeia, a mando do povo do PT. Lula quer vingança. Moraes é o anjo vingador.
Condenou pessoas simples a até 17 anos de cadeia por estarem numa manifestação – a manifestação que a sabuja Folha de São Paulo e a vendida TV Globo chamam de “atos golpistas de 8 de janeiro”.
Admitamos até que podem ter sido “atos golpistas”. Não foram, mas admitamos. Mais de uma vez presidentes da República perdoaram revoltosos. Juscelino Kubitchek, por exemplo, anistiou os militares da Aeronáutica que participaram de uma tentativa de revolução. Marinheiros foram anistiados por João Goulart.
Mas agora, esse pessoal do PT está pregando vingança. Nada de perdão, nada de anistia. Por sinal, se não fosse a anistia assinada pelo então presidente João Figueiredo ~boa parte dessa gente não estaria por aqui. E essa gentalha vive falando em democracia, quando, na realidade queriam, nos anos 1960/1970, implantar a sua ditadura.
E pra encerrar, um ditado da roça: O galo não põe ordem no galinheiro conversando com as galinhas. Entendeu, cara pálida?