quarta-feira, 11 dezembro, 2024
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O tiro pela culatra

Anselmo Brombal – Jornalista

Adriane Galisteu está mais falada que nunca. Tornou-se vítima, motivo de compaixão de todo o Brasil. Sem precisar fazer força, sem promover escândalos, sem se meter em encrencas. Tudo por conta de um filme, no qual sua participação é quase nula. É o filme sobre o piloto Ayrton Senna, produzido pela Netflix.
Para que o filme saísse do papel, a Netflix precisou ceder aos desejos da família Senna. E um deles era sumir com a história do romance entre Senna e Adriane Galisteu. A família de Senna nunca gostou de Adriane, e nunca escondeu o fato. Com a proibição, Adriane mal e má foi citada na história. Os produtores deram palco pra Xuxa, outra namorada de Senna.
Foi aí que o tiro saiu pela culatra. O Brasil inteiro sabe que Senna era apaixonado por Adriane. Que namorar Xuxa foi jogada de marketing. Que Adriane esteve com ele nos últimos momentos de sua vida. E que ela sentiu, de fato, a perda. Xuxa fez seu papel de viúva. E mal – nem chorou no velório.
Uma breve pesquisa nas fotos de Senna e Adriane oferece muitas conclusões. A linguagem corporal traduz o que é falso e o que é verdadeiro. Nas fotos com Xuxa, Senna sempre está mais sério, quase cumprindo a obrigação de ser fotografado com ela. Nas fotos com Adriane Galisteu, o sorriso é fácil. Tem cara de felicidade.
Por causa disso, há uma certa revolta nas redes sociais. Não passa um dia sem centenas posts lembrando o casal Adriane Galisteu-Ayrton Senna. Até o dia em que o casal se conheceu aparece nas redes sociais – Adriane segurando o guarda-sol para pilotos, nos boxes, recebendo um convite de Senna para jantar. De vilã, para a família Senna, Adriane passou a heroína para o resto do Brasil.
O filme tem tudo para ser um grande fracasso, embora o marketing da Netflix se esforce além da conta. Não dá para esconder fatos. Não dá para negar o óbvio. Quem vê, ou viu o filme, o faz, e fez, para procurar incoerências. Incoerências é um termo mais suave do que mentiras. É só curiosidade, nada mais. Xuxa é só uma gaiata.
Está na hora dos produtores da Netflix reverem seus conceitos e suas práticas. Logo, certamente, outros fracassos virão.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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