De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de óbitos no país por afogamento supera 6,5 mil casos ao ano e, entre as crianças, é considerada uma das principais causas de morte na faixa etária de zero a quatro anos.
Dados do Boletim Epidemiológico de Afogamentos no Brasil, divulgados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, mostram que 50% dos casos ocorrem dentro de casa em locais como piscinas, baldes, bacias e banheiras; até mesmo o tanque de lavar roupas pode ser um espaço propício para aumentar o índice de acidentes com crianças e, 45% desses afogamentos ocorrem no período de verão.
Devido às férias escolares e ao clima, as crianças tendem a passar mais tempo nas praias, piscinas ou até mesmo brincando com água em baldes, tanques, bacias e, por esse motivo, o cuidado deve ser redobrado.
A pediatra e coordenadora do Pronto-Socorro do Sabará Hospital Infantil Caroline Peev explica que “a vigilância com bebês e crianças é essencial, já que esse tipo de acidente costuma acontecer de maneira silenciosa e rápida. Elas não têm noção dos riscos e por isso, além de usar os protetores básicos como boias e salva vidas, é importante que sempre haja um adulto por perto”, afirma a especialista.
“A morte por afogamento ocorre por asfixia, causada pela aspiração de líquido que compromete as vias aéreas, como a traqueia e os brônquios, e impede a troca de gases nos pulmões. Uma criança pode perder a consciência em dois minutos devido à falta de oxigênio, e os danos cerebrais começam a surgir logo em seguida’, explica a pediatra.”
Para ajudar os pais, a pediatra fala sobre algumas dicas para evitar afogamento de crianças em casa:
- alguns espaços como áreas de serviço, banheiros, quintais com piscinas devem ter acesso restrito;
- evite deixar bacias, baldes ou piscinas infantis com água enquanto não estiverem sendo usadas;
- nunca deixe crianças sozinhas, principalmente dentro ou próximas da água, mesmo no banho;
- evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina para que elas não queiram brincar na água;
- não esquecer de colocar as boias apropriadas para a idade da criança, quando em uso das piscinas.
A especialista explica que caso o acidente já tenha acontecido, o socorro deve ser imediato evitando possíveis consequências graves como o risco de sequelas neurológicas, diminuição da coordenação motora, convulsões e até mesmo morte “O melhor é sempre prevenir, mas caso já tenha acontecido, é importante retirar a criança da água imediatamente, averiguar se ela está consciente. Caso esteja inconsciente, ligar para a emergência e iniciar a massagem cardíaca e respiração boca a boca até a equipe de socorristas chegar”, conclui a pediatra.