terça-feira, 7 janeiro, 2025
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Carro elétrico não dá choque, mas…

Anselmo Brombal – Jornalista

Boa parte da imprensa ignara está saudando o carro elétrico como novidade. Não é. Em 1880 (e lá se vão 145 anos), 20% da frota de carros de Nova Iorque era movidos a eletricidade. Motores um tanto rudimentares, mas funcionavam. Aí as empresas petrolíferas colocaram sua costumeira pressão, e todo mundo passou a usar diesel e gasolina.
Mas agora as montadoras querem salvar o planeta que ajudaram destruir. E estão enfiando goela abaixo seus modelos elétricos. Há quem goste, e há quem deteste. E há incoerências, como alguns pontos de recarga de eletricidade com geradores movidos a diesel. Há os que fazer a recarga em casa, mas aí… a conta de luz explode.
Há quem critique a autonomia dos elétricos. Outros se referem às enormes baterias. Outros ainda ao fato de que incêndio em carro elétrico é impossível de ser apagado. Todo mundo tem razão. E não tem.
Na realidade, ainda não sabemos como lidar com a eletricidade. Basta ver a desgraça que a Enel provoca na capital paulista em qualquer garoa ou brisa mais forte. Basta ver o acende-apaga da CPFL quase todos os dias. Melhor ainda: em países mais inteligentes, os cabos de energia são subterrâneos. Bem diferentes da zona que são nossos postes. E até hoje ninguém entende o cálculo do ICMS nas contas de luz.
Nos anos 1970 (final)-1980, o governo inventou um imposto nos combustíveis. Quando alguém abastecia pagava uma taxa que seria usada para financiar hidrelétricas e o programa do álcool, o Pró-Álcool. O dinheiro seria devolvido corrigido tempo depois. E esse tempo nunca chegou.
Um dia, quem sabe, os problemas do carro elétrico estarão resolvidos. Talvez nem vivamos para ver. E provavelmente nunca o compremos, devido ao preço abusivo das montadoras e concessionárias. A Toyota, mais esperta, desenvolve o carro movido a oxigênio. Mas aí já teremos outro assunto: o carro voador.
Muitas empresas estão desenvolvendo o carro voador. E que comecem os problemas. Se esse carro voa, não há razão para pagar o IPVA, que o governo diz que é para conservar estradas. Se não usa estrada, não deve pagar imposto.
Se o carro voa, não pode ser dirigido por motorista. Precisa ser piloto, entender as regras do tráfego aéreo. Logo, não precisa de carteira de habilitação, e sim de brevê. Se o carro voa, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) não pode fiscalizar. Nem a Polícia Rodoviária. A fiscalização seria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Com toda essa confusão, resta um recado ao governo de merda que temos hoje, em linguagem aeronáutica bem explicada:
Vitor-Alfa-Indian Tango-Oscar-Mike-Alfa-Romeu November-Oscar Charlie-Uniforme

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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