quinta-feira, 30 janeiro, 2025
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Chiquinho Scarpa é condenado a pagar dívida de R$ 210 mil

O empresário Chiquinho Scarpa, de 73 anos, foi condenado pela Justiça paulista a pagar uma dívida de R$ 210,4 mil a médicos da Clínica de Anestesiologia e Dor de São Paulo. A ordem de pagamento foi publicada pelo juiz Fernando José Cúnico no último dia 13 de janeiro após o processo aberto pelos médicos transitar em julgado, o que faz com que Chiquinho Scarpa não tenha mais como recorrer.
O caso envolvendo Chiquinho Scarpa
Francisco Scarpa Filho, conhecido como Conde Chiquinho Scarpa, foi condenado no começo de 2023 em um processo movido pela Clínica de Anestesiologia e Dor de São Paulo após uma tentativa amigável de cobrança.
Segundo os autos, ele foi internado no Hospital Sírio Libanês em abril de 2022. O quadro era de infecção urinária, seguido de uma diverticulite. Foram aproximadamente sete meses de hospitalização e 10 cirurgias para a recuperação.
Nos documentos, a clínica disse ter sido contratada para realizar os serviços médicos de anestesiologia nas cirurgias feitas por Scarpa, que, somados, ficaram em R$ 133 mil. Chiquinho Scarpa, no entanto, não teria pago os valores.
Em sua defesa, Chiquinho negou as alegações da clínica. Ele afirmou possuir plano de saúde particular e que, na época dos fatos, escolheu ficar em um hospital cuja rede é coberta pelo plano.
Ele alegou ainda que, segundo o contrato do plano, todas as despesas decorrentes da internação seriam cobertas. Diante disso, as questões referentes ao pagamento deveriam ser tratadas com a empresa de saúde, e não com ele.
Chiquinho Scarpa destacou também que, por se tratar de uma relação de consumo, as cláusulas devem ser interpretadas da forma mais favorável ao consumidor.
Por fim, na defesa, Chiquinho Scarpa disse não ter feito qualquer tratativa com a clínica, diferentemente do que havia sido dito pela empresa na petição inicial. Ele afirmou que isso sequer seria viável, já que estava em uma situação de máxima vulnerabilidade durante a doença.
Chiquinho também destacou que nunca foi comunicado sobre separações nas despesas e levantou uma suposição: a de que a autora da ação não quis receber o valor fixado pela tabela do plano ou sequer conseguiu comprovar a prestação dos serviços, razão pela qual estaria indo em cima dele na Justiça.
Na sentença, o juiz do caso destacou o contrato assinado por Chiquinho. Em sua defesa, Scarpa chegou a argumentar que a dívida deveria ser tratada com o plano de saúde. No entanto, a Justiça trouxe à tona que, no documento assinado por ele, há uma cláusula clara que diz que cabe a ele arcar com as despesas de honorários médicos e equipes que não englobariam a conta hospitalar.
O magistrado assinalou ainda que, caso Scarpa acredite que, de fato, tem o direito de ser reembolsado, isso deve ser resolvido diretamente com o plano, e não com a autora da ação.
Diante disso, Chiquinho Scarpa foi condenado a pagar os R$ 133 mil com correção monetária.
Ao condenar Scarpa, os desembargadores do Tribunal de Justiça declararam que o milionário havia se comprometido antes dos procedimentos a assumir todas as despesas não cobertas pelo plano de saúde. Disseram que não há como negar sua responsabilidade e que ele, se quiser, deve processar o plano para eventualmente obter o ressarcimento.
Pela decisão, Scarpa tem 15 dias para realizar o pagamento.

Quem é Chiquinho Scarpa
Francisco Scarpa Filho ficou conhecido nacionalmente por ter participado como jurado de programas de auditório apresentados por Flávio Cavalcante e Chacrinha e pelas polêmicas ao longo da vida.
Em 1977, por exemplo, foi processado após ter feito afirmações sobre a vida íntima da então princesa Caroline, de Mônaco. Em 1991, declarou à revista Interview possuir um “escravo” no Marrocos (posteriormente, afirmou que estava brincando). Mais recentemente, em entrevista a um podcast, Scarpa disse não gostar de pobre.
“O pobre sempre tem um negócio para pedir. A pior coisa do pobre é você chegar e dizer assim: ‘Como vai’. Aí você está frito. Aí ele diz: ‘minha mãe está doente, meu pai perdeu a perna, minha filha perdeu o dente’. Ele fica meia hora destilando todos os problemas. Nunca chegue para pobre e pergunte como vai”, afirmou na ocasião.
Depois, em suas redes sociais, ele justificou sua fala afirmando que havia atuado em um personagem.
O empresário se apresenta como conde em razão de um título que teria sido concedido em 1948 ao seu pai pelo papa Pio 12.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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