sábado, 22 fevereiro, 2025
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Ainda estou aqui. Então fique aí

Anselmo Brombal – Jornalista

O filme “Ainda estou aqui” já ganhou alguns prêmios, e agora tem muito brasileiro torcendo para que ganhe um Oscar como melhor filme. Calma. A história não é tudo isso. Diretores melhores do que Walter Salles tem às dúzias por aí. Atrizes melhores do que Fernanda Torres, outras dúzias. E Steven Spielberg precisou fazer “A lista de Schindler” para ganhar seu Oscar, mesmo já tendo feito “ET”, “Contatos imediatos de terceiro grau”, “Tubarão” e outros.
“Ainda estou aqui” é a história de Eunice Paiva, viúva do então deputado Rubens Paiva, que foi preso e desaparecido pela repressão do regime militar. Paiva foi preso porque financiava o terrorismo dos grupos de esquerda, que faziam a luta armada contra o governo da época. E isso o filme não conta.
Fernanda Torres tem vocação para filmes louvando a esquerda. Participou do “O que é que é isso, companheiro”, baseado em livro homônimo de Fernando Gabeira. Gabeira integrou um grupo de terror, foi preso, expulso do país (trocado por um embaixador que havia sido sequestrado por seu grupo), anistiado, elegeu-se deputado e hoje faz comentários na filial do governo Lula, a Globo News.
Walter Salles é herdeiro de uma boa fortuna e se acha bom cineasta. Numa entrevista à CNN americana, teve o disparate de afirmar que seu filme marca a redemocratização do país, e que levou sete anos para ficar pronto por causa de Bolsonaro. Pelo que se saiba, Bolsonaro nunca interferiu na produção de qualquer filme ou peça de teatro. Salles afirmou que foram três anos só de pesquisa. Não precisava tanto.
Suas afirmações soam como música para a esquerdalha ignorante, que sequer procura saber um fato histórico: a redemocratização do país começou em 1984, com a eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Se deixarem a História na mão desse tipo de gente, logo Pedro Álvares Cabral será mostrado como um opressor de índios.
O filme de Walter Salles não tem ação, não tem aventura. É só uma história que não comove mais ninguém. Dona Eunice Paiva teve o mesmo destino que têm as mulheres de bandidos. Ou visitas à cadeia ou ao cemitério. O cinema é pródigo em exaltar os vencedores. Nos filmes sobre a 2ª Guerra Mundial, soldados alemães são apresentados como paspalhões – e a Alemanha teve o melhor exército do mundo. Vale a máxima: numa guerra, a primeira vítima é a verdade.
Se os Estados Unidos tivessem escolhido Kamala Harris para presidente, indicada por Joe Biden, o Oscar seria mais fácil. A Academia de Cinema de Hollywood faz média com quem está no poder. No caso, a esquerda. Mas os americanos escolheram Donald Trump. No caso, a direita.
Pelo jeito, Fernanda Torres vai passar ainda um bom tempo se lamentando de não ter ganhado um Oscar. Como sua mãe, Fernanda Montenegro, que ainda se acha a última bolacha do pacote.
E ainda tem brasileiro babaca torcendo pelo filme. Boa sorte.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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