domingo, 30 março, 2025
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A terra sem lei

Anselmo Brombal – Jornalista

Desde os primórdios da civilização, o ser humano criou regras para sua convivência. Desobedecer a regras resultava em alguma punição, também prevista na regras. Egípcios, gregos, romanos e até os considerados bárbaros, os vkings, tinham regras. Com o passar do tempo, muita coisa foi aperfeiçoada, e países incluíram em suas normas os bons exemplos de outros.
Assim, puseram fim às barbaridades da Inquisição Católica, que queimava gente na fogueira, torturava e perseguia. Outros não conseguiram frear as intenções animalescas de ditadores. E assim continua até hoje.
Reclama-se que nosso país não tem leis suficientes para conter a bandidagem. Discordo. Temos leis até demais, algumas redundantes, como é o caso do feminicídio. O que não temos é gente de caráter para aplicar nossas leis. Ou falta caráter ou sobra comodismo. Quando um presidente da República afirma que não vê nenhum mal no fato de um ladrão roubar um celular para tomar uma cervejinha, é sinal que a situação é grave. Gravíssima.
As consequências são evidentes. Assaltos em profusão, mortes banalizadas e crimes de toda a espécie cometidos no atacado, todos os dias. Criminosos têm certeza da impunidade. Presos em flagrante, saem pela porta da frente após a audiência de custódia. Traficantes são liberados por quem deveria aplicar a lei e continuam impunes. Quem se der ao trabalho de ver o festival dos horrores mostrado pela TV nos finais de tarde vai ficar chocado. Mas é o retrato da realidade.
O procedimento de boa parte do Judiciário é um incentivo a estupradores, assaltantes, estelionatários e assassinos. O próprio ministro da Justiça é um mau exemplo. Um tremendo mau exemplo. Recentemente ele tentou justificar suas trapalhadas, afirmando que a Justiça solta bandidos porque a Polícia prende mal. O ministro nunca foi visto como um sujeito bom caráter.
Políticos, que poderiam criar novas regras para combater a criminalidade fato, estão acomodados. Acomodados e temerosos que esse endurecimento um dia possa atingi-los. Muitos são ladrões. Não usaram armas de fogo. Usaram o cargo para assaltar o erário e se enriquecer. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, tem um histórico familiar que faria Al Capone morrer de inveja. E não é só ele.
Tantos maus exemplos, aliados à frouxidão de juízes, faz como que muita gente conclua que por aqui o crime compensa. O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, foi condenado a mais de 400 anos de prisão por roubalheira. Está solto e fazend gracinha no Tik-Tok.
Ladrões confessos, donos de empreiteiras apanhados pela Lava Jato, foram condenados. Alguns devolveram parte do dinheiro roubado. Mas numa só canetada foram inocentados. E o país ainda devolveu o dinheiro aos canalhas. Traficante teve seus bens apreendidos, mas alguns juízes trataram de devolvê-los, inclusive um helicóptero, que não custa pouco.
Leis existem. O que não existe é caráter. E ficamos por aqui.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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