sexta-feira, 14 março, 2025
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Alimentos que estavam no lixo do Ceasa são vendidos a restaurantes

Diariamente, toneladas de alimentos são descartadas dentro da Ceagesp (Ceasa), o maior entreposto do gênero na América do Sul, que fica em São Paulo. Frutas, legumes e verduras que não atendem aos padrões de comercialização são jogados fora, gerando um desperdício significativo. No entanto, uma investigação revelou que parte desses produtos não tem o destino esperado.
No meio da movimentação dos mais de 17 milhões de clientes que frequentam a central de abastecimento anualmente, há quem aproveite essa situação para obter lucro irregularmente. Pessoas recolhem alimentos diretamente do lixo, muitas vezes sem qualquer tipo de higienização adequada, e os revendem como se estivessem próprios para o consumo.
Em uma das cenas flagradas, uma mulher que recolhe tomates do lixo admite: “Nem lava, só passa um pano. Se lavar, estraga”. Já um homem que comercializa esses produtos revela a negociação: “Quer levar tudo? Faço por 10 conto, 15 e 20”. Questionado sobre o destino da mercadoria, ele responde: “Já vendi para um monte de restaurante”.
O comércio dentro da Ceagesp exige que os vendedores sejam permissionários, ou seja, paguem uma taxa anual à companhia. No entanto, muitas pessoas ignoram essa exigência e vendem ilegalmente produtos retirados das caçambas de lixo.
A investigação também revelou que donos de restaurantes vão até a Ceagesp para recolher alimentos descartados. Um desses estabelecimentos, localizado em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, recebe um grande fluxo de clientes. Quando questionada sobre a qualidade da comida, a dona do local garante: “Saladinha, tudo fresquinho”. No entanto, imagens mostram que ela recolhe os produtos diretamente do chão da Ceagesp.
Outro flagrante mostra um homem que vai à Ceagesp quase todos os dias para negociar alimentos retirados do lixo. Ele compra os produtos de uma mulher que os guarda dentro de uma Kombi e confirma que tudo ali iria para o descarte: “O pessoal passa pra gente num preço mais em conta. Mas é alimento que iria pro lixo, que eles não conseguem mais vender”.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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