Anselmo Brombal – Jornalista
Um estudo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, baseado no Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, afirma que Jundiaí está entre as dez melhores cidades do Brasil para se aposentar. Se alguém afirmasse que seria Águas de Lindóia, Santos, Campos de Jordão, até acreditaria. Mas Jundiaí em 7º lugar pesou um pouco.
Vamos à realidade. Ninguém se aposenta com 20 ou 30 anos. A aposentadoria vem tarde, depois de anos de trabalho e negativas do INSS. Ou seja, quando o cidadão já está idoso. E ninguém se aposenta com o mesmo salário que ganhava na ativa. Idoso = menos dinheiro, mais problemas.
Jundiaí não é uma cidade barata. Tudo é mais caro. Supermercado, aluguel, imóvel para comprar, tarifa de ônibus (se bem que idosos acima de 65 anos não pagam passagem), roupas, calçados e remédios. No caso das roupas, os lojões do Brás forçaram uma queda nos preços. No caso dos remédios, farmácias fazem promoções. Mas colocam em oferta produtos básicos, como aspirina e dipirona. Remédio para idoso é outra história.
Via de regra, idosos são mais lentos e mais tranquilos. Isso significa que são potenciais vítimas dos nóias e desocupados que ultimamente infestam a cidade. Idosos têm mais dificuldade para andar, e nesse ponto, as calçadas não ajudam em nada. Existem sim trechos bem arrumados, mas no geral é uma buraqueira e tanto. Há também os degraus resultados dos desníveis – se alguém duvidar, é só dar uma volta no Eloy Chaves. Ou tentar andar nas calçadas na avenida Cavalcanti, em frente a Argos. Em imóveis de propriedade da Prefeitura.
Idosos são desrespeitados sempre. Por gente que estaciona seu carro em vaga de idoso ilegalmente, que não respeita faixa para travessia de pedestres, que não dá preferência em filas de bancos e supermercados. É bom frisar que não existe fila exclusiva para idosos. O atendimento, manda a lei, é prioritário. E por prioritário entenda-se que é à frente dos demais.
Não há lazer para idosos, a não ser os botequins onde se joga truco e conversa fora. Pra não dizer que não há nada, há o baile das muletas, como é conhecido, todos os sábados à tarde no Criju. Resta aos idosos os bancos de praças para encontrar velhos conhecidos. Quer exemplo de lazer para idosos? Vai até Santos.
Melhor refazer esse estudo com urgência e mais seriedade. Ou então baixar os preços de aluguéis, de imóveis, de remédios e de supermercados. Caso contrário, a cidade é sim um bom lugar para se aposentar. Para ministros do STF, deputados, juízes, desembargadores…
São os extremos. Antes, crianças. Agora aposentados.