Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) compartilhados pela Fundação Abrinq revelam que a cada 60 minutos, no país, há o registro de 7 notificações de violação sexual contra crianças e adolescentes. Em 2024 foram registrados em torno de 156 alertas por dia. Por isso, de acordo com a campanha “Pode Ser Abuso”, da Abrinq, a “violência sexual segue como grave ameaça à infância e adolescência.”
Ainda segundo o levantamento, mais de 85% das vítimas são mulheres com até 19 anos. O projeto ainda pontua que a “predominância não reduz a importância de reconhecer que meninos também são alvos frequentes: representaram 14,7% das vítimas de violência sexual, 14,9% dos casos de assédio sexual e 12,7% dos estupros”.
O maior número de registros acontece dentro dos lares. “Em 2024, 66,5% dos casos contra crianças e adolescentes ocorreram no ambiente doméstico”, cita o relatório. As escolas e as vias públicas também são colocadas como pontos de destaque.
18 de maio
Há 25 anos o dia 18 de maio é caracterizado como data de conscientização em torno da violência sexual referente a crianças e adolescentes. A escolha deste marco não é aleatória: a data marca o caso de Araceli Cabrera Crespo, que foi vítima de abusos e, depois, cruelmente assassinada.
Ela tinha 8 anos quando, em uma sexta-feira qualquer, estava indo para a escola e nunca mais voltou. Foi encontrada em estado de decomposição dias depois de seu sumiço. Seu corpo estava desconfigurado e carbonizado. Até hoje ninguém foi condenado. A menina tornou-se um símbolo de alerta sobre outras – e outros – milhares de Aracelis pelo Brasil.