terça-feira, 20 maio, 2025
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Hepatite C pode causar danos silenciosos ao fígado e aos rins

A hepatite é uma inflamação que compromete o fígado e pode ter diversas causas, como infecções virais, uso de medicamentos, consumo de álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Os cinco tipos principais de hepatites virais (A, B, C, D e E) têm formas distintas de transmissão e tratamento. Em muitos casos, a doença é silenciosa e só apresenta sintomas em fases mais avançadas, podendo evoluir para complicações graves como cirrose, câncer hepático e insuficiência do órgão.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 milhão de novos casos de hepatite C são registrados por ano no mundo, com aproximadamente 242 mil mortes anuais. A estimativa é de que 50 milhões de pessoas vivam com hepatite C globalmente — número 1,25 vez maior do que o total de pessoas vivendo com HIV, que são 40 milhões.
“A hepatite C é considerada uma das formas mais agressivas entre os vírus. Não tem vacina e costuma ser assintomática nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Sem tratamento, pode provocar inflamação crônica no fígado, cirrose ou carcinoma hepatocelular”, explica o infectologista Fellipe Godoy, do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 60% e 85% das infecções por hepatite C se tornam crônicas. Desses casos, 20% evoluem para cirrose ao longo dos anos. A partir desse estágio, o risco anual de câncer de fígado varia de 1% a 5%, enquanto o de descompensação hepática fica entre 3% e 6%. Após o primeiro episódio de descompensação, a mortalidade em 12 meses pode chegar a 20%.
80% dos infectados não apresentam sintomas. Nos demais, os sinais surgem entre 2 e 12 semanas após o contato com o vírus e incluem febre, fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, urina escura e icterícia, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue.
A principal forma de transmissão da hepatite C é o contato com sangue contaminado, por meio do compartilhamento de seringas, falhas na esterilização de materiais médicos, tatuagens e procedimentos invasivos. Também pode ocorrer por transfusão de sangue realizada antes da década de 1990, relações sexuais desprotegidas ou de mãe para filho, durante a gestação ou o parto. Além disso, o uso compartilhado de materiais cortantes, como alicates de unha ou lâminas de barbear, representa risco. “É importante destacar que a doença não se transmite pelo leite materno, alimentos, água ou contato cotidiano, como abraços, beijos ou uso de utensílios”, acrescenta o médico.
O tratamento é feito com antivirais de ação direta, que oferecem taxas de cura superiores a 95%. A duração varia de 12 a 24 semanas, conforme o estágio da infecção e as condições clínicas do paciente. Esses medicamentos eliminam o vírus na maioria dos casos, reduzindo o risco de complicações.

Riscos para os rins e suporte especializado em Bragança Paulista
Em estágios avançados, a hepatite C pode comprometer outros órgãos, como os rins. Isso ocorre especialmente quando a doença evolui para cirrose, aumentando o risco de síndrome hepatorrenal, condição grave que afeta a função renal em pacientes com insuficiência hepática. A infecção também está relacionada a algumas doenças renais crônicas, como glomerulopatias, que podem exigir acompanhamento com nefrologista ou tratamento por hemodiálise.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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