sexta-feira, 27 junho, 2025
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CPFL enfrenta desafios das queimadas em 2025 

A CPFL está mobilizada para minimizar os impactos sobre o fornecimento de energia em meio às condições climáticas que favorecem as queimadas nesta época do ano. Nos últimos meses, a distribuidora intensificou o planejamento para a prevenção, detecção e resposta operacional às ocorrências próximas à rede elétrica na região de Jundiaí, onde em 2024 foram registradas 55 interrupções para clientes relacionadas a focos de incêndio.
A preparação envolve a articulação conjunta com prefeituras e órgãos públicos que atuam no combate ao fogo e no monitoramento de ocorrências. A CPFL Energia conta ainda com o apoio de consultorias especializadas, como a Ampere, que auxilia as distribuidoras do grupo com soluções estratégicas baseadas em mapas, previsões meteorológicas e análises climáticas.
Entre as ações desencadeadas pelas concessionárias estão avaliações para relocação de linhas, ampliação das faixas de segurança, planos para inspeção e manutenção de redes e de manejo de vegetação específicos para as áreas consideradas críticas.
Os riscos de queimadas próximas às linhas de transmissão ou distribuição de energia norteiam as medidas, afirma Rafael Lazzaretti, diretor-presidente da CPFL Piratininga, pelo potencial de comprometer o serviço aos clientes. “Devido à interligação do sistema elétrico, incêndios em uma região podem afetar uma vasta área, interrompendo o fornecimento de energia para cidades inteiras e causando transtornos significativos”, observa.
E os danos podem ocorrer ainda que as chamas das queimadas não alcancem as linhas. “Os ativos da distribuidora podem ser danificados de várias formas pelas queimadas em áreas de vegetação urbanas e rurais, pois as altas temperaturas, mesmo quando o fogo não atinge diretamente a fiação, junto com a fuligem levada pelo vento e o grande volume de fumaça, também podem provocar curtos-circuitos ou rompimento de cabos”, explica Lazzaretti.
O diretor-presidente indica que o cenário para os próximos meses é preocupante. “Dados científicos apontam para mais um ano crítico, nos colocando em estado de atenção. A meta é potencializar ações preventivas e reações rápidas, reduzindo os impactos das queimadas sobre nossas redes. A CPFL reforça seu compromisso de manter a segurança do sistema elétrico e assegurar o fornecimento de energia de forma eficiente, mesmo diante das adversidades climáticas que se apresentam a cada inverno”.

Conscientização
Outra frente da CPFL contra as queimadas são as atividades de orientação junto a comunidades e associações, como de produtores rurais, por meio da campanha permanente Guardião da Vida. “Estudos apontam que a maioria dos incêndios florestais é provocada pelo homem, de forma acidental ou intencional. Então nosso objetivo é trabalhar a conscientização para que a prevenção seja eficaz”, afirma Lazzaretti.

A tríade do fogo
Bruno Capucin, meteorologista da Ampere Consultoria, destaca que, todos os anos, o cenário climático típico do período, com baixa umidade relativa do ar, temperaturas elevadas e ventos fortes, cria condições propícias para a elevação no número de queimadas e incêndios florestais.
“As projeções para a temporada de incêndios em 2025 são mais otimistas do que as do ano passado, mas ainda assim exigem atenção. Diversas regiões do país devem enfrentar um regime de seca comum para a época, o que mantém o alerta ligado. De acordo com as últimas atualizações da ANA, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, o bioma Cerrado é hoje o mais vulnerável ao fogo, com grande parte do território sob classificação de seca moderada. Por outro lado, as previsões indicam condições neutras para o Oceano Pacífico Equatorial, ou seja, ausência dos fenômenos El Niño e La Niña, entre o fim do inverno e o início da primavera. Isso favorece uma retomada das chuvas da primavera dentro da normalidade, inviabilizando o prolongamento da estação do fogo, como já ocorreu em anos anteriores”, explica.
O meteorologista também reforça que, além da tríade do fogo (combustível, comburente e calor) ser presente nesta época do ano, ações humanas estão por trás da maioria dos focos de queimadas e incêndios. “Uma bituca de cigarro ou aquela pequena fogueira para a limpeza de um terreno podem ser a ignição para o alastramento do fogo”, alerta Capucin.

Queimadas em números
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora queimadas de grandes proporções via satélite, agosto e setembro de 2024 concentraram o maior número de focos ativos de incêndio detectados no estado de SP nestes meses desde o início do monitoramento, em 1998. Em agosto foram registradas 3.612 ocorrências e em setembro, 2.522, respectivamente 926% e 572% a mais que nos mesmos meses de 2023, por exemplo.
Já o mapeamento da Operação SP Sem Fogo, do Governo do Estado, que cruza dados levantados em campo por diversos órgãos envolvidos no combate às queimadas e considera ocorrências de todas as proporções, indica um número bem maior: 185.444 focos de incêndio em 2024.
“Desse total, 1.844 focos ocorreram a até 200 metros da rede de distribuição em cidades da área de concessão da CPFL ”, menciona o diretor-presidente.

Emergência
A aglomeração urbana de Jundiaí faz parte da Macrometrópole Paulista, incluída em Portaria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima publicada em fevereiro deste ano que elenca as localidades do País com maior índice de risco para incêndios florestais. A área teve declarado estado de emergência entre março e outubro, recebendo, nesse período, esforços e recursos concentrados contra as queimadas.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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