Técnicos de diferentes áreas da Prefeitura de Jundiaí concluíram, neste mês, a participação no curso nacional “Emergências Climáticas: Implementando Soluções em Territórios Urbanos Vulneráveis”, promovido pelo Ministério das Cidades em parceria com o Lincoln Institute. O município foi um dos dez selecionados, por meio de processo seletivo, para integrar a formação que contou com 48 horas de atividades, entre encontros assíncronos e aulas síncronas com especialistas reconhecidos nacionalmente.
A engenheira florestal Karina de Lima, da Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, explica que a formação teve início em abril e promoveu importante troca de experiências entre os municípios. “Durante a fase assíncrona, cada cidade compartilhou sua realidade e seus desafios. Isso nos permitiu identificar pontos em comum e refletir sobre estratégias conjuntas. Já os encontros síncronos aprofundaram temas técnicos, como soluções baseadas na natureza e resposta a situações como deslizamentos, alagamentos, queimadas e ocupações em áreas de risco”, detalha.
Em Jundiaí, 14 profissionais participaram do curso, entre servidores da UGPUMA, da Defesa Civil e do Departamento de Água e Esgoto. Para a arquiteta e urbanista Sylvia Angelini, do Departamento de Urbanismo, a formação foi importante para consolidar uma visão integrada e intersetorial da crise climática. “Foi fundamental para fortalecer o diálogo entre os servidores que já atuam com o tema, além de aprendermos com iniciativas que já estão em andamento em outras cidades, como os planos municipais do clima e os comitês interdisciplinares de resposta às emergências”, avalia.
Durante o curso, os técnicos da escolheram um projeto da cidade para apresentar. O escolhido foi o projeto de requalificação urbana do bairro São Camilo, que já vem sendo desenvolvido pela UGPUMA e é considerado prioritário pela atual gestão.
Segundo a arquiteta e urbanista Alissandra Bernardini de Oliveira, o projeto prevê a integração entre os bairros São Camilo e Vila Aparecida, superando um desnível de 40 metros por meio de escadarias, arborização e áreas de convivência. “É uma região marcada pela escassez de áreas verdes e vulnerabilidades históricas. A proposta é qualificar esse trajeto cotidiano da população, oferecendo infraestrutura com soluções baseadas na natureza, como os jardins de chuva, que ajudam na drenagem e no controle da velocidade da água da chuva”, explica.
Durante o curso, os técnicos também tiveram contato com ferramentas de planejamento e financiamento para ações climáticas, o que deve orientar novas diretrizes locais. Uma das propostas em discussão é a criação de um comitê interdisciplinar permanente para a crise climática. A ideia é que o grupo reúna diferentes unidades da gestão para garantir uma abordagem transversal, contínua e articulada sobre o tema.
Jundiaí conclui curso nacional sobre emergências climáticas
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