sexta-feira, 18 julho, 2025
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Casos de violência contra a mulher batem recorde no Brasil

O número de processos judiciais por violência contra a mulher aumentou 8,7% no ano passado, registrando um recorde, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2025, o volume segue elevado: já são mais de 440 mil novos casos registrados em todo o país.
Nesta semana, um fisiculturista foi preso no litoral de São Paulo após agredir a namorada em um apartamento em Moema, bairro nobre da capital paulista. Ele chegou a fraturar a mão durante o espancamento, fugiu, mas foi localizado pela polícia. Para especialistas, é fundamental reconhecer os sinais de violência e buscar ajuda para evitar tragédias.
A tentativa de esconder os sinais da violência é um gesto comum entre vítimas. Alexsandra Brena Souza, líder de expedição, aparece passando maquiagem para disfarçar os hematomas. Chorando, ela relata: “Eu levantei, tonteei, precisei achar minha chave no chão, procurei, mas não conseguia nem me abaixar”.
Alexsandra perdeu as forças após ser agredida pelo ex-companheiro. Uma câmera de segurança registrou o momento do ataque, que só terminou quando outro homem apareceu. Com o rosto desfigurado, ela foi levada ao hospital com diversas fraturas e passou por cirurgia para reconstrução do nariz. A vítima já esperava o comportamento agressivo do ex e, no dia da agressão, gravou um vídeo em que diz: “Olha o Satanás chegando pra me bater”.
O agressor é Matheus Hugo de Lima, de 31 anos. Após colocar fim no relacionamento abusivo, Alexsandra conseguiu uma medida protetiva na Justiça.
Alexsandra é uma das quase 30 mil mulheres (28.648 casos) que sofreram violência doméstica entre janeiro e maio deste ano no estado de São Paulo. O número representa um aumento de 7,5% em relação ao mesmo período de 2024 (26.262 casos).
Em nível nacional, foram registrados 439.604 novos processos por violência doméstica de janeiro a maio deste ano — uma média de 121 casos por hora, segundo o CNJ. Só no estado de São Paulo, foram 73.313 ações.
O ano de 2024 fechou com recorde de casos: quase 990 mil processos (988.781), um aumento de 8,7% em relação a 2023 (909.326).
Para a advogada Silvia Cursino, especialista em violência contra a mulher, os homens com perfil agressivo demonstram sinais claros de comportamento violento. “O xingamento, puxão de cabelo, safanão, o não falar com a mulher, tirar a chave do carro, são algumas violências que eles praticam”, afirma.
“Temos a lei do feminicídio e leis que aumentam a pena para agressores, mas as punições ainda são muito brandas. O homem agressor tem certeza da impunidade”, declara.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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