sexta-feira, 25 julho, 2025
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Cinco procedimentos perigosos que colocam a visão em risco

A busca por um padrão estético tem levado muitas pessoas a recorrer a procedimentos oculares incomuns e arriscados, alguns dos quais ganharam notoriedade após serem realizados por celebridades. No entanto, práticas como essas desviam o foco da verdadeira importância da campanha Julho Violeta: a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que ameaçam a saúde da visão.
A oftalmologista Carolina Gracitelli, do Vera Cruz Oftalmologia, faz um alerta importante: procedimentos estéticos realizados nos olhos ou em áreas próximas, sem indicação médica e por profissionais não habilitados, podem ser extremamente perigosos. “A estética tem levado muitas pessoas a arriscarem sua saúde ocular em nome da aparência. Os principais riscos de procedimentos mal indicados ou executados de forma incorreta incluem infecções, inflamações, perfuração do globo ocular, aumento da pressão intraocular, cegueira parcial ou total”, enfatiza.
A especialista lista cinco dos procedimentos mais perigosos que envolvem os olhos, explicando os riscos associados a cada um deles:

  1. Tatuagem no globo ocular
    Esse procedimento consiste na aplicação de pigmento diretamente na esclera, a parte branca dos olhos. Pode causar inflamação intensa, infecções graves e até cegueira irreversível. “A esclera tem como função proteger as estruturas internas do olho e manter sua forma. Intervenções invasivas neste local devem ser evitadas. Entre os sintomas mais comuns estão dor, vermelhidão intensa, visão embaçada, e, em casos extremos, perda permanente da visão”.
  2. Ceratopigmentação
    Recentemente em evidência após ser realizada pela influenciadora Maya Massafera, é uma cirurgia que consiste na aplicação de pigmento na córnea para mudar a cor dos olhos. Embora possa ter indicações terapêuticas ou reconstrutivas, o uso com finalidade estética requer extremo cuidado.
    Só deve ser feita por oftalmologistas especializados em cirurgia de córnea, seguindo protocolos rígidos de esterilização e segurança. “A córnea é a lente transparente da parte frontal do olho. A cor dos olhos é determinada pela íris, que fica atrás da córnea. Quando mal executada, a ceratopigmentação pode causar infecções severas, perfuração corneana, opacificação permanente da córnea e, em casos extremos, pode ser necessário um transplante”.
  3. Implante de PMMA nas pálpebras
    O uso de polimetilmetacrilato (PMMA) nas pálpebras com o objetivo de atenuar rugas ou sulcos, pode provocar efeitos adversos sérios, como inflamação crônica, rejeição, deformações e infecções.
    “Quem realiza esse tipo de procedimento deve ficar atento a sinais como vermelhidão persistente, dor ou endurecimento na região”, explica Carolina.
  4. Blefaroplastia mal indicada
    A blefaroplastia é uma cirurgia para remover o excesso de pele das pálpebras. Embora seja segura quando bem indicada, procedimentos mal executados ou por profissionais não capacitados podem comprometer a função ocular.
    “A retirada excessiva de pele pode causar olho seco, infecções, dificuldade para fechar os olhos, visão borrada e sensação de ressecamento. Há também técnicas menos invasivas, realizadas por dermatologistas, que podem ser alternativas em casos específicos”, esclarece.
  5. Uso indevido de lentes de contato
    Apesar de parecer inofensivo, o uso de lentes de contato sem prescrição ou acompanhamento médico é uma das causas mais comuns de infecções oculares graves.
    “As lentes devem ser utilizadas com receita médica e rigorosas orientações de higiene. Sinais de alerta incluem dor, vermelhidão, sensibilidade à luz e visão turva. O uso inadequado pode levar à formação de úlceras na córnea e até a perda da visão”.
    Segundo a oftalmologista, os riscos não estão apenas nos procedimentos em si, mas também na técnica utilizada, na formação do profissional, no ambiente onde é realizado e nas condições pré-existentes do paciente. “Pessoas com doenças oculares ou alterações na córnea, por exemplo, têm maior chance de desenvolver complicações. Por isso, é essencial passar por avaliação médica antes de qualquer intervenção estética na região dos olhos”, reforça.
    A orientação final da especialista é clara: qualquer procedimento na área dos olhos, inclusive os estéticos, deve ser feito com acompanhamento de um médico oftalmologista e em ambiente seguro, com critérios rigorosos de higiene e segurança.
Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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