quarta-feira, 30 julho, 2025
spot_img
InícioGeralPesquisa mostra que homens atingem orgasmo duas vezes mais que mulheres

Pesquisa mostra que homens atingem orgasmo duas vezes mais que mulheres

Aumento da frequência cardíaca, descarga rítmica de tensão sexual e, logo depois, uma sensação intensa de bem-estar físico e emocional. O orgasmo é uma reação natural do corpo, uma experiência única e individual, provocada por estímulos sensoriais processados pelo cérebro. Essa resposta fisiológica, tão natural quanto complexa, ganhou um dia no calendário para ampliar o diálogo sobre prazer e bem-estar. Celebrado em 31 de julho, o Dia Mundial do Orgasmo surgiu na Inglaterra, em 1999, inicialmente com fins comerciais. Hoje, a data convida à reflexão sobre a saúde sexual de forma aberta, sem tabus, reconhecendo o prazer como parte fundamental da qualidade de vida.
Apesar da importância do tema, nem todos vivenciam o orgasmo com a mesma frequência. Um estudo publicado em maio deste ano no Journal of Social and Personal Relationships revelou que 90% dos homens relatam atingir o orgasmo em encontros sexuais, enquanto apenas 54% das mulheres chegam ao clímax.
Segundo a ginecologista Maria Gabriela Loffredo D’Ottaviano, do Vera Cruz Hospital, os números expõem um desequilíbrio preocupante. “Esse dado mostra que, muitas vezes, o prazer feminino ainda é negligenciado, seja por falta de conhecimento, diálogo ou estímulo adequado. O orgasmo não é só uma resposta sexual, ele impacta diretamente a saúde física e emocional”.
Mais do que prazer, o orgasmo envolve fatores anatômicos, fisiológicos, hormonais, neurobiológicos e psicológicos. Durante esse processo, o corpo libera substâncias como serotonina, dopamina, ocitocina e endorfinas, que promovem alívio do estresse, melhora do humor, sensação de conexão afetiva e até qualidade no sono. “Essa combinação neuroquímica representa um momento de equilíbrio e bem-estar. O orgasmo ajuda a regular emoções, fortalece vínculos e tem papel importante na autoestima. Não é apenas um ponto alto da relação, mas parte do que nos mantém saudáveis”, destaca a médica.
A intimidade, o carinho e o respeito mútuo são fundamentais para a construção de uma vida sexual plena. Ainda assim, é preciso reconhecer que nem sempre o orgasmo acontece, e isso é normal em determinadas fases da vida. “A ausência eventual é comum, mas quando se torna frequente, pode indicar questões físicas, emocionais ou até de relacionamento. Nestes casos, o ideal é procurar apoio especializado”, orienta.
Com o envelhecimento, por exemplo, o corpo passa por mudanças, mas isso não significa o fim do prazer. “Com acolhimento, comunicação e orientação adequada, é totalmente possível manter uma vida sexual ativa e satisfatória na maturidade”. Para quem enfrenta dificuldades com o orgasmo ou percebe uma queda no desejo sexual, o primeiro passo é buscar ajuda. “Uma consulta com ginecologista ou urologista pode ser o início de uma abordagem multidisciplinar, que envolva também psicólogos e fisioterapeutas pélvicos. Cada caso deve ser analisado de forma individualizada”, pontua.
Por fim, a médica reforça que a saúde sexual é parte da saúde integral e que o diálogo dentro da relação é essencial. “Conversar abertamente com a parceria, sem julgamentos, é o caminho para uma vida sexual mais saudável. O prazer é legítimo, natural e deve ser vivido com responsabilidade, respeito e liberdade.”

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- publididade -spot_img

POPULARES