Dormir bem é fundamental para o desenvolvimento infantil, mas para crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA), garantir uma boa noite de sono pode ser um grande desafio.
Um estudo recente realizado pelo Pós-PhD em Neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, em parceria com o psicanalista Adriel Silva e o psiquiatra Flávio H. Nascimento, analisou como os distúrbios do sono afetam esses grupos e quais estratégias podem ser adotadas para reduzir os impactos.
De acordo com o artigo, crianças com TDAH apresentam frequentemente dificuldade para iniciar o sono, despertares noturnos e sonolência diurna. “Essas alterações podem estar ligadas à própria dinâmica neurobiológica do transtorno, envolvendo sistemas de neurotransmissores que regulam o ciclo sono-vigília”, explica o Fabiano.
O mesmo ocorre com crianças diagnosticadas com TEA, que apresentam altas taxas de insônia inicial, despertares frequentes e alterações no ritmo circadiano. “Em muitos casos, isso está relacionado a alterações na produção de melatonina, hipersensibilidade sensorial e padrões comportamentais específicos do espectro autista”.
O estudo ressalta que a primeira abordagem deve priorizar medidas não farmacológicas, como rotinas consistentes e terapias comportamentais, mas quando essas estratégias não são suficientes, a introdução de medicamentos pode ser considerada.
“O uso de fármacos precisa ser criterioso, respeitando a individualidade da criança e o equilíbrio entre benefícios e possíveis efeitos colaterais”, afirma Fabiano de Abreu.