quinta-feira, 18 dezembro, 2025
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Nem Lula, nem Bolsonaro

Anselmo Brombal – Jornalista

Estou começando a gostar de uma ideia – a criação do Brasil do Sul, formado pelos atuais estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Não seria novidade. O mundo já tem duas Coréias. O Brasil é grande demais, e aí entra a comparação com as chácaras ou sítios: quem tem uma chácara de mil ou dois mil metros, consegue cuidar; quem tem uma enorme, vive com problemas – quando tirar o mato dos fundos o mato da frente já cresceu novamente.

Tenho minhas razões para abraçar essa ideia. O Sul é industrializado, rico e ordeiro. Já outros estados… Todos os estados arrecadam impostos que vão para o governo federal. Os estados do Sul são os que mais pagam e os que menos recebem de volta. Exemplos, a cada R$ 100 de impostos:

São Paulo recebe R$ 10; Rio Grande do Sul R$ 19; Santa Catarina R$ 30, e Paraná R$ 16. Em compensação, um peso morto como Roraima recebe R$ 295; outro peso morto, Alagoas, R$ 136; o improdutivo e oneroso Sergipe, R$ 126; Maranhão é outro bem aquinhoado, com R$ 203. Conclusão, são sanguessugas, principalmente de São Paulo.

Isso não é xenofobia. É lógica. Alguém poderá dizer que o Sul teve sorte com indústrias e com a imigração de europeus. Não é verdade. O Nordeste já foi cobiçado e invadido por holandeses; a Bahia teve domínio português durante muito tempo; o Rio de Janeiro já foi invadido e dominado pelos franceses. Só não aproveitaram a oportunidade.

Há também quem defenda essa “união” porque o Norte tem florestas, e o Nordeste é árido, impraticável para a agricultura. Cascata. Israel é um país pequeno, criado em 1948, e já transformou extensos desertos em plantações. Até de uva. Consegue trnsforma água do mar em água potável. E é uma das mais respeitadas potência do mundo.

A culpa dessa desigualdade não é do cidadão comum que mora no Maranhão ou em Sergipe. É de seus políticos, que exploram o povo o quanto podem. Não só o povo dos estados do Norte e Nordeste – exploram o Brasil inteiro. E isso é facilmente explicável. O Sul tem quatro estados – e há outros 23 estados contra o Sul.

Cada estado tem três senadores, independentemente de sua importância. Ou seja, Sergipe, Maranhão e outros parasitas têm três senadores cada, tal como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A proporção de deputados federais por estado também é mais que injusta. Fica assim explicado o tamanho do poder desses políticos. O Sul ajuda a sustentar (e muito) outro grupo de dependentes: 41,3% da população do Maranhão recebem Bolsa Família; 41,2% do Piauí também; no Pará, 38,2% da população estão pendurados no benefício; Alagoas, 34,4%. Trabalhar que é bom…

O Rio de Janeiro tem pouco: 13,7% da população pendurados no Bolsa Família. O Rio é um caso diferente. Até 1960 era a capital da República, o que explica o enorme número de funcionários públicos. E muitas repartições públicas não se mudaram para Brasilia. Além disso, vive principalmente do turismo e dos impostos do petróleo, abundante em seu litoral.

E aí vem o discurso de quem não quer perder a boquinha; somos todos brasileiros, somos todos irmãos – e como em muitas famílias, sempre há as ovelhas negras. Separando, nos livraríamos de STF, de incontáveis e inúteis ministérios, e de outro sem número de péssimos políticos. Seríamos, segundo estimativas, a quinta economia do mundo.

Pra encerrar. Um dia perguntei a um marmanjo paraense, que numa segunda-feira, às 10 horas da manhã, estava tomando sua cerveja, provavelmente paga com dinheiro do Bolsa Família, quando deveria estar trabalhando: Ninguém trabalha por aqui? A resposta foi humilhante: Pra que? Vocês paulistas trabalham para nós.

Está explicado?

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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