Anselmo Brombal – Jornalista
E lá vamos nós nos meter numa intriga internacional. Nem tanto, mas seria obrigação do presidente Mula e seu partido explicarem algumas coisas. O assunto é eleições na Argentina. Todo mundo sabe que o candidato Javier Milei ganhou do esquerdóide Sergio Massa e tomou posse no domingo. Milei representa a direita, Massa a esquerda mais atrasada e incompetente da América do Sul. Mas o problema é outro.
Assim que foi anunciado o segundo turno argentino, Mula e o PT enviaram seus marqueteiros à Argentina para ajudar Massa. E mandaram também muito dinheiro para a campanha portenha. Uma interferência direta nas eleições de outro país. Simpatizar, dizer que apoia, que gosta, é coisa normal. Donald Trump, ex-presidente americano, nunca escondeu sua simpatia por Bolsonaro. Mas não mandou marqueteiros nem dinheiro ao Brasil.
O mentiroso Mula mandou dinheiro. E aqui estão as dúvidas. Donde saiu esse dinheiro ? (do bolso do presidente não foi, tem-se a certeza). Como esse dinheiro saiu do Brasil? Por maneiras legais, declarado? Ou foi por vias tortuosas? Ou alguma empreiteira resolveu ser simpática à simpatia do Mula e bancou o segundo turno de Sergio Massa?
Curiosamente, apesar disso ter se tornado público e notório, nem TSE nem STF se manifestaram. Ninguém questionou a origem do dinheiro. Se fosse Bolsonaro, nessa hora já haveria CPI, inquérito e até pedido de cassação. Mas TSE e STF adotaram o silêncio sepulcral. Sepulcral e cúmplice.
Arrisco um palpite. O dinheiro saiu do Fundo Eleitoral, onde o PT tem boa participação. E certamente vai justificar a saída do dinheiro com notas frias, recibos fabricados, como de praxe. E não vai acontecer nada. O TSE vai aceitar a documentação como autêntica. O STF, se questionado, vai dizer que não houve crime em território brasileiro. Houve sim. O Fundo Eleitoral é dinheiro produzido por impostos, que todos nós somos obrigados a pagar.
Mas como ninguém vai mexer uma palha para saber direitinho a história, vamos ao fato consumado. O Massa ficou com cara de tacho. Milei, que parece louco (e tomara que seja), ganhou de lavada e agora é o presidente portenho. Mas na sua posse, houve uma cena impagável: Bolsonaro, como convidado de honra, juntamente com a mulher Michelle, ao lado de Milei. Bem à vontade.
Mula recebeu um convite. Diplomático, daqueles feitos por educação. O convite é uma coisa. A entrelinha é outra: você não será bem vindo, fica aí com seus jumentos e não atrapalhe a vida da gente. E assim, aos poucos, a direita vai retomando os rumos na nossa América.
Milei é louco? Espero que seja. Mas bem louco mesmo. Varrido. Só assim pra endireitar o que está torto demais.