Anselmo Brombal – Jornalista
Não vou ficar. Já estou. Como boa parte dos brasileiros, vou me encher de mimimis. Se perguntarem o que faço da vida, vou dar a resposta da moda – sou influenciador digital. O que influencio não sei. Sou pródigo em maus exemplos. E vamos aos mimimis.
Vou começar mandando um ofício pro Alexandre de Moraes, o xerife Xandão, pedindo para proibir apresentações da Esquadrilha da Fumaça (oficialmente EDA – Esquadrão de Demonstrações Aéreas). Fumaça é poluição, e cabe à Aeronáutica dar bom exemplo.
Por que Black Friday? Traduzido, isso significa sexta-feira negra, preta Por que não outra cor? Pra mim, essa sexta-feira exprime racismo. Poderia ser uma sexta-feira especial, de vendas promocionais. Mas não. Black Friday (tudo pela metade do dobro do preço). Pura enganação. Só trouxa embarca nessa.
E a lista negra do Serasa e do SPC? Também é racismo. E falando nisso, quem autorizou o Serasa e o SPC a fazer listinhas? Quem inventou essa porra? Eles têm muito poder sobre nossas vidas. Impedem que abramos conta em banco, que façamos crediário, que tenhamos cartões de crédito. Com qual autoridade?
E por que cores nos meses para simbolizar campanhas? Outubro Rosa e Novembro Azul, por exemplo. Lembra muito a ex-ministra Damares, hoje senadora: meninos de azul, meninas de rosa. Maio Amarelo é outra babaquice, outra perda de tempo. Se o sujeito tem carta de motorista, é sinal que estudou, passou no exame teórico, fez aulas práticas, foi examinado e aprovado. Não precisa de Maio Amarelo para explicar as leis de trânsito. Campanhas do Maio Amarelo, via de regra, se resumem à colocação de faixas para usar o cinto de segurança e algumas palestras em escolas infantis.
Seria o mesmo que promover um Abril Verde para ensinar aos médicos como consultar, fazer cirurgias e diagnósticos. Ou um Fevereiro Escarlate, para ensinar a advogados tudo aquilo que aprenderam em seu curso de Direito.
Não estou gostando disso. E até me divirto com algumas situações. Na semana passada, um sujeito pediu cafezinho numa lanchonete. E foi enfático: café preto (como se houvesse outra cor para o café). A atendente, simplória, perguntou: puro? E ele respondeu: não, com água.
Me divirto também com algumas respostas dadas por pessoas pretas a brancos racistas. Numa delas, o branco perguntou ao preto se ele sabia o porquê de ter a pele negra e somente a palma das mãos e a sola dos pés brancas. Não sabia. E ele “explicou”: é que vocês foram pintados de quatro. O preto não se deu por vencido e perguntou ao branco: por que você são inteiramente brancos e somente o ânus é preto? Não sabia. A resposta: tinta fresca.
Pra encerrar: todo mundo conhece o círculo cromático, aquela roda com todas as cores. Pois bem. Nela, preto é ausência de cor, e girando, o branco é a mistura de todas as cores. Tá explicado?