quarta-feira, 4 dezembro, 2024
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Bando do “novo Marcola” já disputa território com PCC em Jundiaí

A quadrilha conhecida como Bando do Magrelo, com ações que se originaram em Rio Claro, no interior paulista, protagoniza guerra com o Primeiro Comando da Capital (PCC) pela disputa do controle de áreas nas quais fatura milhões de reais com a venda de drogas.
Levantamento do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público de São Paulo, mostra que a quadrilha rioclarense já expandiu a área de atuação para, ao menos, mais sete cidades do interior paulista. São elas: Jundiaí, Sumaré, São Carlos, Pirassununga, Americana, Leme e Louveira.
Há indícios de que os rivais da maior facção criminosa do Brasil também tenham os mesmos planos: dominar ainda mais a atuação no narcotráfico paulista, estado no qual existem rotas estratégicas para escoar drogas, principal fonte de renda do Bando do Magrelo e do PCC.
A principal liderança da quadrilha que rivaliza com o PCC é Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, que já se intitulou como “o novo Marcola”. Mesmo com ele preso desde maio de 2023, o bando continua agindo e promovendo violência na região. Magrelo foi denunciado pelo Gaeco por lavagem de dinheiro, e a Justiça atribui ao traficante ao menos 30 mortes na região.
A disputa entre os dois grupos criminosos deixa um rastro de sangue no interior de São Paulo. Até o momento, segundo apurado pela reportagem, ocorreram 27 assassinatos neste ano, somente em Rio Claro.
Com aproximadamente 200 mil habitantes, Rio Claro já soma quase 30 vítimas de homicídios, o que representa 13,5 mortes violentas por 100 mil habitantes. O estado de São Paulo, por sua vez, conta com taxa de 5,98, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Os confrontos entre o Bando do Magrelo e o PCC contribuem para os altos índices de violência local. Como mostrado, em 12 horas, foram registradas, em Rio Claro, quatro execuções no fim de semana passado: 3 eram de membros do PCC e uma era do Bando do Magrelo.
Em menos de uma semana, desde então, o número de baixas da guerra do crime aumentou para cinco, com a morte de um quarto membro do PCC, que seguia hospitalizado desde o ataque do fim de semana passado.
A onda de violência repercutiu negativamente e atingiu o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Ele iria ser homenageado pela Câmara de Vereadores de Rio Claro, por sua gestão no combate à violência. A cerimônia, porém, foi cancelada em decorrência dos recentes acontecimentos.
O primeiro a morrer na última semana foi Daniel de Paula Sobrinho, de 29 anos, executado no salão de cabeleireiro de que era dono, no bairro Jardim Palmeiras. Uma câmera de monitoramento registrou a chegada de dois pistoleiros, em um Volkswagen Gol branco, às 8h27. A dupla estaciona em frente ao salão e entra correndo no estabelecimento, onde havia clientes.
Daniel era ligado ao Bando do Magrelo, foi alvo de ao menos 30 tiros e morreu no local. Toda a ação, incluindo a fuga, durou pouco mais de 20 segundos.
Dozehoras depois da morte de Daniel, o Bando do Magrelo vingou a morte do integrante. De acordo com registros policiais, a quadrilha local matou a tiros José Cláudio Martins Nunes, de 50 anos, Gabriel Lima Cardoso, de 26, e Marcelo Henrique Ferreira, de 27, todos membros do PCC.
Marcelo foi morto com um tiro na cabeça e outro na nuca, no meio da rua, no Jardim Rio Claro. A 10 metros de distância, havia um Fiat Mobi, com o motor ainda ligado. O carro foi usado pelos assassinos — que também abandonaram no local um carregador prolongado de pistola e munições intactas calibre 9 milímetros.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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