quinta-feira, 9 janeiro, 2025
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Não quero estudar inglês

Anselmo Brombal – Jornalista

Desde o começo de dezembro uma moçoila me liga oferecendo curso de inglês. Ela já usou todos os argumentos possíveis, mas não me convence. Nem deveria atender tal tipo de ligação, bloquear o número ou mandar pra puta que a pariu. Mas confesso que foi até divertido ouvir sua conversa pra me obrigar estudar inglês. Neste ano ela ainda não ligou – deve estar em férias ou desistiu.
Se eu tivesse uns 15, 16 anos, até toparia estudar inglês, mas agora… Não vou mandar currículo nem me inscrever em intercâmbio. Quero sossego. Mas inglês é uma língua chata, horrível, feia e não vai me servir pra nada. Vejo muitos jovens que sabem inglês. Mas são totalmente analfabetos em português.
Prefiro a língua portuguesa, difícil. Mas bonita até nos palavrões. Coisa que nenhuma outra língua tem. Nem o francês, com toda sua elegância. O que mais se aproxima da beleza dos palavrões em português é o italiano. Os principais a gente já sabe. Prendilo nel culo, por exemplo. Cornuto. Putana, e por aí vai.
Quer coisa mais bonita do que xingar alguém de morfético? Em inglês fica fácil: morphetic. Mas não tem a mesma sonoridade, a mesma beleza. E mandar tomar no cu? Existe língua no mundo que se compare a isso? Em alemão, nem pensar: Ich werde es in den Arsch kriegen. Complicado. E os derivados de cu? O mais bonito ainda é fiofó.
Quando alguma coisa dá errado, é inevitável o caralho. Palavra linda. Deveriam ensinar ainda no fundamental, se bem que a molecada já tem um vocabulário e tanto. E caralho nem é palavrão – era aquele cesto colocado no mastro das antigas caravelas, onde um marinheiro ficava de alerta para os perigos do mar.
A língua portuguesa é rica em sinônimos quando se trata de palavrões. Sabe quantos existem para o pênis? E para a vagina? Além dos sinônimos, há muita linguagem figurada, só possível entre nós. Quando um chato não larga do pé, é fácil: vai dar meia hora de bunda que passa.
Antes, quando alguém tinha um bom repertório de palavrões, falavam que o sujeito era boca suja. Alguns, que nem lavando com Creolina limpava. Hoje está mais comum. Nas novelas e filmes nacionais eles abundam (sem trocadilho).
Voltando ao inglês. E se eu viajar? A moçoila do curso que fique tranquila. Os últimos lugares que sonho visitar são os Estados Unidos e a Inglaterra. Dois países feios, chatos, de povo arrogante e mal educado. Prefiro a Itália, a França ou até o Marrocos. Mas tem quem goste.
E se a moçoila ligar de novo já tenho a resposta pronta: Vai tomar no olho do cu da bunda. Em bom português.
*(A professora da foto é feia pra caralho)

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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