Uma nova substância amplamente utilizada nos Estados Unidos tem preocupado as autoridades brasileiras: os sachês de nicotina, também conhecidos como snus. Apesar de proibidos no Brasil, esses produtos têm sido comercializados de forma ilegal, especialmente pela internet.
Com uma embalagem que lembra balas e sabores atrativos como menta e frutas, os sachês prometem ajudar a parar de fumar, mas, segundo especialistas, oferecem ainda mais riscos à saúde. O produto é utilizado colocando-se entre a gengiva e o lábio superior, liberando nicotina diretamente na corrente sanguínea.
De acordo com médicos, o consumo dos sachês pode causar:
- Problemas cardíacos: aumento da frequência cardíaca e risco de infarto devido à redução da circulação nas artérias coronárias;
- Impactos no cérebro: sensação inicial de bem-estar, seguida de perda de atenção, concentração e memória;
- Outras consequências: náuseas, vômitos e inflamação da gengiva, que pode evoluir para câncer de boca.
O mito de que os sachês seriam menos prejudiciais que o cigarro é desmentido pelos especialistas. Enquanto um cigarro contém cerca de 1 miligrama de nicotina, um único sachê pode conter entre 6 e 20 miligramas, aumentando significativamente o risco de dependência e complicações de saúde.
“A dependência se desenvolve muito rápido. Alguém que começa a usar aos 15 anos pode apresentar problemas graves de saúde já aos 30”, alerta o cardiologista Edgard Ferreira, do HCor.
Além disso, como a venda é ilegal no Brasil, não há qualquer controle de qualidade sobre os produtos vendidos clandestinamente. Este mês, a polícia do Mato Grosso do Sul apreendeu mais de 2.200 sachês contrabandeados, supostamente vindos do Paraguai.
As autoridades pedem que os consumidores evitem adquirir esses produtos, mesmo que pareçam inofensivos ou sejam anunciados como alternativas ao cigarro.