O número de internações em decorrência aos acidentes no trânsito cresceu em relação ao período pré-pandemia, em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A conclusão é de um estudo realizado pelo Super App Gringo, em parceria com Centro de Liderança Pública (CLP). Os dados serão apresentados no “Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios 2023”, e servem de reforço para a campanha Maio Amarelo, uma iniciativa organizada por diferentes entidades para conscientização para redução de sinistros de trânsito.
De acordo com o estudo, Minas Gerais foi o estado da região Sudeste que apresentou maior aumento no número de casos, em comparação ao ranking anterior, de 2020, com dados compilados antes da pandemia. O estado passou de 101,6 para 110,1 casos por 100 mil habitantes. Na sequência aparece São Paulo, que foi de 89,2 para 96,7 na comparação de 2020 para 2023, seguido do Rio de Janeiro que registrou 61,9 casos por 100 mil habitantes em 2023, contra 59,3 registrados na edição de 2020.
O Espírito Santo foi o único estado que apresentou recuo no número de internações em decorrência aos acidentes no trânsito, mas ainda apresenta a marca alarmante de 106,1 casos em 2023. Em 2020 o número foi de 116,5. Os dados sobre internações causadas por acidentes a cada 100 mil habitantes compõem o índice de morbidade no trânsito, que leva em conta as informações atualizadas do DataSUS até o ano passado. Esse índice vai compor a edição dos rankings de competitividade dos Estados e dos Municípios que serão divulgados neste ano.
No recorte por municípios, Três Corações-MG é pior colocado no indicador de morbidade nos transportes do Ranking de Competitividade dos Municípios 2023, da região sudeste, ocupando a 406ª posição entre os 415 estudados no país.
No entanto, os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo abrigam alguns dos municípios com a menor taxa de internações causadas por acidentes no trânsito a cada 100 mil habitantes do Brasil. Poços de Caldas (MG), aparece em 3º lugar no ranking nacional com 1,7 casos a cada 100 mil. Macaé (RJ) com 3,3 (4ª posição), seguido por Itaguaí-RJ com 3,66 (6ª posição), Vinhedo (SP) com 3,68 (7ª posição), Campos dos Goytacazes (RJ) com 3,69 (8ª posição) e Jaú (SP) com 3,9 (9ªposição) casos.
Dos 189 municípios do Sudeste, 24,34% possuem menos de 50 casos de morbidade por 100 mil habitantes/ano. 12,70% têm entre 50 e 75 casos; 25,40% apresentam entre 75 e 100 casos e 24,87% do total de cidades da região analisadas no ranking possuem mais de 150 casos.
Considerando somente as capitais, somente Rio de Janeiro (RJ) aparece entre os 100 primeiros (98ª posição) do indicador, com 39,7 internações por 100 mil habitantes. São Paulo (SP) tem 87,9 casos, Belo Horizonte (MG) 158,1 casos, e Vitória (ES) registrou 170,7 casos de internações a cada 100 mil habitantes.
Já os indicadores de mortalidade a cada 100 mil habitantes – e que considera os dados do Ranking de Competitividade 2022, os mais atualizados até o momento – mostra que, entre as capitais da região, São Paulo (SP) tem o menor registro com 6,7 mortes a cada 100 mil. Em segundo lugar está o de Rio de Janeiro (RJ), com 9,8 casos, seguido de Belo Horizonte (MG) com 10,3, e Vitória (ES), tendo o pior índice da região, com 32,8 mortes.
Em relação aos estados, Rio de Janeiro tem o menor índice com 10,3 mortes a cada 100 mil habitantes, na sequência São Paulo com 11,1, Minas Gerais com 14,1 e Espírito Santo 18,6 mortes.
Ranking 2023
Com objetivo de alavancar iniciativas de conscientização para a redução de acidentes de trânsito, o CLP e a Gringo realizaram um diagnóstico aprofundado da situação do país a partir de dois indicadores: mortalidade e morbidade nos transportes.
A iniciativa pretende chamar atenção da sociedade, para a importância do tema trânsito, além de estimular a participação do setor público e privado no debate. “Desta maneira, contribuímos para o Movimento Maio Amarelo, que tem como meta chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo”, afirma o diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros.
O estudo analisa os indicadores de mortalidade e morbidade nos transportes dos 27 estados da federação e dos 415 municípios do país com mais de 80 mil habitantes. Os dois indicadores compõem o Ranking de Competitividade dos Estados e dos Municípios, no pilar de Segurança, com base no DataSUS.