Anselmo Brombal – Jornalista
Há os que saudam a indústria farmacêutica como um milagre da vida. Um milagre que proporciona a própria vida. E há os que já abriram o olho e entenderam que boa parte da Medicina e de laboratórios não passa de negócio. Inescrupuloso, impiedoso, onde o lucro tem mais importância que a vida.
Vez ou outra aparecem escândalos, que logo são esquecidos, acobertados por montanhas de dinheiro. Escândalos que envolvem remédios ineficazes ou até contrários ao fim a que se propõem. E nada acontece.
Vez ou outra também aparecem médicos, verdadeiros bandidos, que vendem seus serviços a preço de ouro, pouco se importando com as consequências em seus incautos pacientes. Receitam o que não devem, mediante gordas comissões pagas pelos laboratórios. Desfiguram pessoas, notadamente mulheres, com plásticas em nome da beleza. Terminam no noticiário e são depois esquecidos, voltando às práticas que os levaram a uma delegacia de polícia.
A indústria farmacêutica, que se propôs a salvar vidas, muitas vezes espalha a morte. Nessa hora é bom lembrar que foram as indústrias químicas e farmacêuticas da Alemanha nazista que fabricaram o Ziklon B, usado para matar judeus em câmaras de gás. Que criaram drogas como o Pentotal, conhecido como sôro da verdade; e que ainda hoje essas mesmas indústrias produzem drogas para execução de condenados à morte por injeção letal.
Essa gente está longe de ser santa. Seu pacto parece ser com o Inferno, tamanhas as barbaridades que cometem. Ou de coisas que deixam de cometer. Pouca gente acredita que doenças como o câncer não têm cura. Cura proibida – se a indústria colocar no mercado uma droga para essa cura, adeus lucros. Melhor manter o paciente e prolongar seu tratamento com soluções paliativas.
Esse mundo de curas recorre a métodos de curandeirismo sempre que tem oportunidade. Alguns povos orientais acreditam que a barbatana do tubarão, quando raspada, proporciona remédio para muitos males, incluindo a impotência masculina. Não demorou para aparecer drogas à base dessas barbatanas.
Na TV e na internet, vende-se um pouco (ou muito) de tudo. Sem qualquer receita médica, sem qualquer comprovação científica. E não custa barato. O importante é o lucro fácil e farto. Figuras conhecidas do público se prestam ao ridículo trabalho de convencer as pessoas dos milagres de determinadas drogas. E também enchem seus bolsos.
Um dia, quem sabe, laboratórios e médicos hoje satânicos voltem a lembrar de um juramento, o de Hipócrates, que um dia fizeram vestidos de becas. Talvez deixem de lado o show da morte para se dedicarem às causas mais nobres. Quem sabe…