Anselmo Brombal – Jornalista
Os ratos têm muita noção de perigo. Na iminência de um naufrágio, são os primeiros a abandonar o navio. Via de regra, o capitão sempre é o último. Podemos levar essa situação ao momento político atual. Embora o capitão insista em querer que seu navio continue flutuando, os ratos já estão caindo fora.
Gilberto Kassab, político experiente, presidente e dono do PSD, já desembarcou. E com ele, todo o partido, que não é pouca coisa. O PSD tem dois senadores, 42 deputados federais, 887 prefeitos e dois governadores. Lembra muito o MDB da época do Plano Cruzado. E Kassab de bôbo não tem nada.
Outro que caiu fora foi o Paulinho da Força Sindical, do PDT. Paulinho é deputado federal junto com outros 16 de seu partido. Pauinho é um aliado histórico de Lula. Seu partido comanda 122 cidades. Outros deputados estão ensaiando pular fora desse navio, e só não o fizeram ainda porque dependem de algum favor do governo federal. E assim que Lula fizer esses favores, adeus.
O governo virou um balaio de gatos. Ninguém sabe quem manda em quem e muitos dos papéis estão invertidos. Geraldo Alckmin, do PSB, é o vice-presidente. Conseguiu emplacar Márcio França num ministério. Mas Márcio França não apita nada. Nem Alckmin. Quando Lula precisa, manda Janja representá-lo.
Os partidos estão de olho nas eleições do próximo ano. E de olho bem aberto. Ninguém quer ter sua imagem ligada ao fracasso que está sendo o PT. Ninguém quer ser acusado de colaborar com o rombo nas contas públicas – só os Correios tiveram prejuízo de 500 milhões de reais em janeiro deste ano. No governo Bolsonaro davam lucro.
O governo está perdido. Trocou o responsável por sua comunicação na tentativa de melhorar a imagem. Piorou. Não consegue explicar os aumentos absurdos nos preços dos alimentos – e aí Lula terceirizou a culpa. Agora a culpa é do povo. Cada vez que Lula abre a boca outro desastre acontece.
Abrir a boca… O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nada sabe de economia. Mas sua preocupação é outra. Numa entrevista à CNN, em vez de falar sobre economia, passou dez minutos atacando Bolsonaro. Talvez seja uma paixão reprimida. Ou não correspondida.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, não sabe o que está fazendo em Brasília. Seu maior feito foi inaugurar o letreiro de seu ministério. Com direito a pagode e dancinha com Janja.
Escândalos pipocam todos os dias. O último foi a empresa ligada ao PT para distribuir marmitas. Embolsou o dinheiro e não fritou um ovo sequer. E agora, pelo jeito, outros vão crescer em tamanho. Quando os representantes da OEA (Organização dos Estados Americanos) forem embora, e fizerem seu relatório sobre perseguição política, censura, falta de liberdade de expressão, o bicho vai pegar.
Antes Lula tinha um parceiro nos Estados Unidos, o senil Joe Biden. Agora tem um inimigo, Donald Trump. Lula já chamou Trump de nazista. Alexandre de Moraes, do STF, que é o pitbull do PT, já brigou com Elon Musk, o queridinho de Trump. Nem Musk nem Trump guardam raiva de Lula e de Moraes. Guardam o nome.
Resta saber se esse navio chega inteiro a 2026. Pelo jeito, afunda antes.