segunda-feira, 31 março, 2025
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Situações comparáveis

Anselmo Brombal – Jornalista

Notou que estamos ficando cada dia mais pobres? Preços de alimentos estão abusivos. Aluguéis nas alturas, por conta da máfia das construtoras e imobiliárias. Carros que parecem ser de ouro. Tudo muito caro, e nosso orçamento é o mesmo. Sempre. É quando algumas lembranças acontecem.
Enquanto foi governada com mão de ferro pelo Partido Comunista, a União Soviética era gigante, poderosa (1922 a 1991). Havia controle de tudo, coisa típica de ditaduras. Mas era respeitada, temida até. Hoje ela não existe mais. Com a “democratização”, explodiu. Surgiram países independentes. Todos pobres, falidos, incluindo a Rússia. O único país que tem alguma riqueza é a Ucrânia. E é por isso que a Rússia a quer.
Portugual era quase um paraíso quando governado por Oliveira Salazar (1933 a 1968). Mas houve a Revolução dos Cravos, Salazar foi deposto, e Portugal abandonou sua ditadura. Hoje é um arremedo do país que foi outrora, desde os tempos dos descobrimentos. Pobre, esfacelado. E democrático.
Na Espanha aconteceu algo parecido. Francisco Franco foi ditador (1936 a 1975), e para chegar a isso teve até uma guerra civil. Mas a Espanha foi grande, respeitada. Com a saída de Franco, a Espanha começou a se desmanchar. Bascos e catalães querem a separação. Restaurou-se a monarquia. E até seu idioma, antes nomeado Castelhano (por causa de Fernando e Isabel, os reis de Castella), agora é Espanhol. Coisas dos tempos.
Até o Paraguai foi próspero durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954 a 1989). Hoje vive do contrabando e da “exportação” de maconha e armas. A Argentina viveu seus bons dias durante sua ditadura (1966 a 1973), a ponto de peitar a Inglaterra e disputar a posse das Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses). Os militares deixaram o poder aos civis, e hoje, aos poucos, a Argentina se recupera com Javier Milei. De direita, diga-se de passagem.
Foquemos no Brasil. Durante 21 anos, a partir de 1964, houve o regime militar. O país cresceu, e os brasileiros não podiam reclamar, a não ser da censura e da falta de liberdade de opinião. Comprava-se casas com financiamento barato do antigo BNH (Banco Nacional da Habitação). Comprava-se carros com muita facilidade e financiamento.
Não faltavam escolas. Nem empregos, em todos os segmentos da economia. Estradas foram construídas, e houve até o luxo de bancar a construção da Usina de Itaipu, onde o Paraguai só entrou com a conversa mole. Criou-se a Embratel, que tornou possível as transmissões de TV em rede nacional, e o DDD (Discagem Direta à Distância), facilitando a comunicação entre os brasileiros por telefone.
Mas vamos deixar bem claro: não estou defendendo a volta do regime militar, nem justificando seus erros. Só fiz uma comparação, e cada um entende como quiser.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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