sexta-feira, 20 junho, 2025
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Especialista alerta sobre os riscos de acidentes com escorpiões

O número de acidentes com escorpiões explodiu no Brasil nos últimos anos. Um estudo publicado na revista Frontiers in Public Health aponta um aumento de 250% nos casos de picadas em menos de uma década. Entre 2014 e 2023, o país registrou 1,17 milhão de ocorrências, com previsão de ultrapassar os 2 milhões até 2033, se o ritmo continuar. Com esse cenário, surge a preocupação da população com a presença cada vez mais frequente desses animais em áreas urbanas.
Segundo Leonardo Marconato, biólogo e professor, o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), o mais perigoso entre as mais de 150 espécies identificadas no Brasil, encontra nas cidades um ambiente ideal para se proliferar. “Eles se reproduzem por partenogênese, ou seja, fêmeas geram filhotes sozinhas, sem necessidade de machos. Com oferta de comida e esconderijo, eles se multiplicam com facilidade”, explica.
A presença de lixo, entulho e terrenos baldios cria o cenário perfeito para que esses animais se abriguem e encontrem alimento, especialmente baratas. “É a combinação de três fatores: abrigo, alimento e reprodução acelerada. Isso facilita o crescimento populacional e aumenta o número de encontros com humanos”, destaca o especialista.
Além disso, as altas temperaturas favorecem a atividade dos escorpiões, tornando o verão um período mais crítico para acidentes. Marconato reforça que, apesar de desempenharem um papel importante no controle de insetos em seu ambiente natural, esses aracnídeos representam um risco à saúde pública em áreas densamente povoadas.
De acordo com o professor, a prevenção passa por ações simples, como vedar frestas, manter os ambientes limpos, sem entulhos, e combater focos de insetos que servem de alimento para os escorpiões. Em algumas regiões, o uso de predadores naturais, como galinhas, tem sido adotado como forma alternativa de controle.
Em caso de picada, é essencial buscar atendimento médico imediato, além de limpar o local da picada com água e sabão e fazer compressa com água quente para aliviar a dor. Se possível, com segurança, capturar o escorpião para identificação e aplicação do soro específico. Crianças pequenas e idosos são os mais vulneráveis às complicações.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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