Anselmo Brombal – Jornalista
O iluminado governo do PT está criando mais uma conta para todos nós. Ou para quase todos nós – um programa que vai dar energia elétrica quase de graça para quem está no CadÚnico, a chamada população carente. Há algum tempo já tinha inventado o gás de graça para essa mesma população.
O governo não dá nada, pois não produz. Quem dá alguma coisa somos nós, que pagamos impostos. O cálculo é que quem trabalha sustenta outros 14. Uns privilegiados na parte de cima (políticos, burocratas e outros chupins), outros, a maioria, na parte de baixo. E essa parte de baixo já se acostumou a não trabalhar.
É fácil entender. Tomemos como exemplo um almoço seu com um grupo de amigos num restaurante. Dez pessoas, digamos. Desses, três não têm condições de pagar. Quando a conta chega, a lógica é dividir essa conta por dez, mas como três não pagam, ela é dividida por sete. Ou seja, justamente, essa conta daria 50 reais para cada um, mas como aqueles três não pagam, são 71 reais para cada pagante.
Voltando à energia elétrica: é exatamente isso que as concessionárias vão fazer. Vão colocar na conta dos que pagam a energia elétrica consumida pelos que não pagam. O mesmo vale para a distribuidoras de gás. Nada vai ficar de graça.
A merda desse país é isso – excesso de assistencialismo. Bolsa Família é o maior engodo já criado por aqui. Hoje temos quase 54 milhões de pessoas recebendo tal benefício. Dia das Crianças e Natal são recheados de campanhas para doação de brinquedos. No fim da época de calor, são as campanhas de agasalho. Sem contar outras campanhas que acontecem o ano todo.
Nesta semana, o governo comemorou a arrecadação de impostos – são três trilhões de reais pagos até setembro. Se esse dinheiro fosse bem usado, certamente não haveria campanhas. Não haveria a tal camada da população mais necessitada. Mas esse dinheiro é roubado descaradamente por esquemas de fraudes em todos os níveis. Nem os velhinhos aposentados escaparam dessa roubalheira. O pior de tudo, é que isso é como penico: quanto mais mexe na merda mais ela fede. Se procurar, há fraude e roubalheira em praticamente todos os ministérios.
Essa roubalheira começa em prefeituras, normalmente com a conivência de vereadores tão corruptos quanto os prefeitos. Passam pelos governos estaduais, onde governadores e deputados se refestelam com o dinheiro roubado. E chegam a Brasília, uma espécie de santuário de ladrões e outros criminosos.
Para encerrar, uma historinha passada nos Estados Unidos. Um governador queria construir uma ponte, e chamou três empresas para fazer o orçamento – uma japonesa, uma alemã e uma brasileira.
A japonesa deu orçamento de um milhão de dólares. A alemã, dois milhões, e a brasileira três milhões de dólares. O governador chamou então o diretor da empresa brasileira para explicar essa diferença. E esse diretor foi claro: um milhão pra mim, um milhão pra você e um milhão a gente dá pro japonês fazer a ponte.
Resumo de tudo: estamos é fodidos.
