segunda-feira, 22 dezembro, 2025
spot_img
InícioOpiniãoO fim do telefone fixo

O fim do telefone fixo

Anselmo Brombal – Jornalista

Pois é. Mais um que se vai, o telefone fixo. A Vivo (que sucedeu a Telefonica, que sucedeu a Telesp e todas as companhias telefônicas) anunciou que 31 de dezembro próximo é o último dia do telefone fixo. A partir do dia 1º, só telefone celular. Assim, o velho telefone vai para as lembranças, como já foram a máquina de escrever, a calculadora de fita, o mimeógrafo, o PBX, o orelhão e tantas outras novidades do começo do século passado.

A Vivo se comprometeu a investir uma dinheirama para melhorar a infraestrutura de sua rede celular. Prometeu. Não quer dizer que vai cumprir. E aí fica uma pergunta: quem vai retirar os quilômetros de fios das atuais linhas telefônicas pendurados nos postes?

O telefone já foi um bom investimento. Até os anos 1990, não era barato. Você comprava não uma linha, mas ações da extinta Telesp. Era tão caro que havia consórcios. Uma linha telefônica poderia servir como entrada para a compra de uma casa ou apartamento. Ou trocar por um carro. O mesmo aconteceu com a chegada do celular. Caríssimo, e cotado em dólar. Hoje qualquer banca de jornal vende.

Ter um telefone nos anos 1970 era sinal de status. Quem tinha, dava o número pros vizinhos que não tinham. Em caso de emergência… E antes do DDD (Discagem Direta à Distância) era preciso pedir ligação à telefonista. Pedia-se de manhã e marcava horário para que fosse completada, normalmente no fim da tarde.

Assim com outras invenções, o telefone fixo foi varrido de nossas vidas. O mimeógrafo deu vez às fotocópias (xerox); orelhão nem existe mais, por falta de uso; o PBX deu lugar primeiro ao PABX, e depois às centrais eletrônicas, inteligentes. A máquina de escrever virou peça de museu, substituída pelo computador. Até o que restou da inteligência humana está sendo trocada pela Inteligência Artificial. É o andar da vida.

Quando nossos avós compreenderiam que não precisamos mais de gramofones para ouvir música? Seus rolos foram trocados primeiro pelos discos de acetato, depois pelos de vinil, que foram engolidos pelos CDs, e agora pelos pen-drives. A televisão deixou de ser um móvel de destaque numa sala – e precisava esperar esquentar as válvulas para surgir a imagem em preto e branco. Hoje é plasma ou LCD.

Como diriam os franceses, c´est la vie.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- publididade -spot_img

POPULARES