Anselmo Brombal – jornalista
Bem ou mal, Ano Novo sempre é tempo de mudanças, esperanças e novos projetos de vida. Ou melhor, era. Pelo que sabemos, 2026 será o ano da derrama, das mentiras e da consagração das más intenções. Mais leis, mais impostos. Nossos governantes precisam roubar mais. A ganância é enorme.
Os refrigerantes, por exemplo, terão seus impostos aumentados. A alegação dos governantes é que esse aumento vem para preservar nossa saúde, pois refrigerantes fazem mal. E a maléfica Coca-Cola vai ficar 30% mais cara. Ou já está. Pensando nisso, muitos comerciantes – incluindo os de supermercados – trataram de aumentar o preço dos refrigerantes no embalo das festas de Natal.
Faxineiras, pedreiros, maridos de aluguel, motoristas de Uber precisarão dar nota fiscal de seus serviços. E pagar impostos. A vontade de arrecadar mais por conta da incompetência de quem governa já ultrapassou o absurdo.
Aluguéis serão fiscalizados com lupa, e o proprietário (locador) vai pagar imposto. E esse custo será repassado ao inquilino. Ou seja, o sujeito lutou a vida inteira, conseguiu comprar sua casa, pagando impostos (inclusive o anual IPTU), e agora terá de entregar parte de sua renda aos nossos ditadores. E vai ser difícil escapar, porque a camarilha já avisou que vai cruzar os dados por CPFs.
Cruzar dados… É uma história que vem de longe. Quando a Justiça Eleitoral obrigou-nos ao recadastramento, enfiou no pacote nossa foto e uma penca de dados. Que agora serão usados contra nós. Depois da Justiça Eleitoral, veio outra devassa em nossas vidas – a carteira de identidade única.
Nossa ditadura fecha o ano com prejuízo de dez trilhões de reais. Arrecadou mais e mesmo assim ficou devendo. Incompetência e roubalheira sem limite. Negócios escusos, como a mulher de um ministro do STF ter contrato de 130 milhões de reais com um banco, o Master, afundado em falcatruas até o pescoço. Nós já estamos pagando mais essa conta.
Roubaram dinheiro dos velhinhos aposentados. O irmão do Luiz Ignorácio está metido na trapaça. Para evitar o clamor popular, resolveram devolver o dinheiro descontado indevidamente no pagamento dos velhinhos. Mas não tomaram o dinheiro dos ladrões para devolver-nos. O suposto governo usou dinheiro público para isso, enquanto os ladrões estão aí a gozar a vida nababesca. Ou seja, nós próprios “devolvemos” nosso dinheiro.
Os Correios, roubados até sangrar, receberão 20 bilhões de reais para sua recuperação. Dinheiro nosso. E os Correios não vão se recuperar. Tudo será roubado de novo, e repartido entre os ladrões de sempre.
Pior de tudo – 2026 é ano de eleições para presidente, senadores, governadores e deputados. A maioria contará mentiras e mais mentiras, e fará novas promessas. Ocuparão o rádio e a TV com seus programas partidários. E nós vamos pagar essa conta também. Sim, existe o Fundo eleitoral, formado com nosso dinheiro.
Até pensei em desejar Feliz Ano Novo aos leitores. Mas não consegui.
