Anselmo Brombal – Jornalista
Fala-se muito hoje em dia Inteligência Artificial. Os milagres que um computador consegue fazer. Pouca gente é contra. A maioria aplaude e elogia, como se isso fosse resolver todos os nossos problemas. Não vai resolver nada. Está sim, criando outros problemas. O povo continua burro, semianalfabeto e confiando suas tarefas cada vez mais aos computadores.
Um exemplo prático: há anos, os números de telefones eram anotados numa agenda, num caderno. Com o uso frequente de certos números, era certo que eles eram memorizados. Hoje a agenda está no telefone celular, e pouquíssia gente vai se lembrar do número de alguém. É mais fácil procurar na agenda do celular. Sem raciocínio, sem pensar, o cérebro vai se atrofiando.
A tecnologia é necessária e ajuda o mundo. Mas Inteligência Artificial é exagero. Aos poucos, o ser humano vai deixando de lado algumas habilidades – natas ou adquiridas – e se rende aos circuítos eletrônicos. Ninguém mais para em posto de gasolina ou comércio para pedir informações. Prefere usar do GPS instalado no celular. Ninguém mais lê notícias de empresas de comunicação confiáveis. Vai pelo comodismo e aceita todas as besteiras que pululam nas redes sociais.
Vou dar um exemplo de como a burrice está tomando conta das pessoas. Há alguns meses estive numa papelaria. Minha compra ficou em 50 reais, redondos. Como resolvi pagar em dinheiro, ganhei um desconto. Como também não quis nota fiscal, outro desconto. Enfim, ganhei 10% de desconto. E a balconista, mocinha de seus 18 anos, usou a calculadora para calcular esse desconto. Ficou até surpresa quando antecipei o valor, antes dela calcular. Esse é o nível dos nossos estudantes.
O pior de tudo é que essa juventude acredita na Inteligência Artificial como solução para tudo. Na pior das hipóteses, há o ditado, da criatura se voltando contra o criador. Ou seja, o ser humano está criando máquinas tão complexas, tão “inteligentes” que uma hora ou outra será vítima dessas máquinas.
Por sinal, estou torcendo pra isso.
